"Tribunal Constitucional chumba cortes de pensões e permite cortes salariais só até 2015"
A Contribuição de
Sustentabilidade, é estimulante a criatividade destas designações, que
incidiria sobre as pensões, não revelou, do ponto de vista do Tribunal
Constitucional, sustentabilidade constitucional. Os cortes nos salários podem
ficar mais um aninho.
Claro que vamos pagar de uma
outra qualquer forma mais este inconseguimento legislativo-orçamental por parte
do Governo.
Dado o estrado frustracional
decorrente, lá teremos que levar com o incontornável Marco António, o rapaz
destinado para estas tarefas, a bater nos Juízes do Palácio Ratton que sendo
mal escolhidos, não são amiguinhos e lembram-se de arreliar o Governo com
minudências constitucionais. É também certo que outras figuras virão fazer, com pose de estado seja lá isso o que for, o discurso da "normalidade democrática" e da procura de alternativas. Nós sabemos.
Fica também escrito uma parte do
discurso de Passos Coelho para a festa algarvia do PSD.
Os pensionistas que não respirem
fundo que a coisa ainda não acabou.
Mais a sério e mais uma vez, o
Tribunal Constitucional entende que instrumentos legislativos propostos
pelo Governo ferem o texto constitucional.
Em termos muito breves, a
Constituição estabelece um quadro normativo e orientador que não é perfeito,
longe disso, é datado e, também por isso, carece, evidentemente, de alterações
e actualização.
Os
actores políticos conhecem muito bem os termos em que a Constituição
pode ser revista, sendo que até os próprios termos da revisão podem ser
alterados. Parece claro.
No entanto, enquanto não for
alterado o texto constitucional, os governos estão obrigados ao seu
cumprimento, parece evidente e desejável num estado que respeite as suas
próprias leis.
A excessiva frequência com que
surgem iniciativas legislativas que são
consideradas anticonstitucionais, mais do que "simples"
inabilidade e incompetência que não é, evidentemente, cria focos de
instabilidade, desconfiança e ineficácia que têm custos elevados.
Acresce que o discurso recorrente
de pressão sobre o Tribunal Constitucional, a escolha dos juízes e a
justificação dos resultados de uma política desastrosa com os chumbos
do TC, habituais no Governo têm, do meu ponto de vista, efeitos perversos
e contrários criando uma fortíssima instabilidade, promovendo tensões e
discursos que não contribuem para a solução ou minimização dos problemas do
país, pelo contrário, alimentam-nos e ampliam-nos.
De uma vez por todas, se a
Constituição carece de alterações, alterem-na, enquanto não a alteram, cumpram-na.
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