Mais um exemplo do
empreendedorismo pantanoso que floresce a coberto da teia do amiguismo político.
De facto, a roda
livre de impunidade e incumprimento dos mais elementares princípios éticos
quando não da lei, produziu nas últimas décadas uma família alargada que, à
sombra dos aparelhos partidários e através de percursos políticos, se
movimentam num tráfego intenso entre entidades e empresas públicas e
entidades privadas, promovendo frequentemente em negócios que insultam os
cidadãos.
Esta família
alargada envolve gente de vários quadrantes sociais e políticos com uma
característica comum, os negócios obscuros de natureza multifacetada
e de escala variável, desde o jeitinho para o emprego para o amigo até aos
negócios de muitos milhões.
Esta família conta
ainda com a cooperação de um sistema de justiça talhado à sua medida pelo que
raramente se assiste a alguma consequência decorrente dos negócios da família.
Curiosamente, mas
sem surpresa, todos os membros desta família, quando questionados sobre os
seus negócios ou envolvimento em algo, afirmam, invariavelmente que tudo é
feito tudo dentro da lei, nada de incorrecto e, portanto, estão sempre de
consciência tranquila.
Alguém poderia
explicar a esta gente que, primeiro, não somos parvos e, segundo, o que quer
dizer consciência.
Esta é a pantanosa
pátria, nossa amada.
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