"A ocasião em que o embaixador Pedro Catarino percebeu que não há almoços grátis"
O que sempre escrevo a propósito dos recorrentes episódios
elucidativos desta longa narrativa, “Os Negócios da Família”.
"A roda livre de impunidade e incumprimento dos mais elementares
princípios éticos quando não da lei, produziu nas últimas décadas uma família
alargada que, à sombra dos aparelhos partidários e através de percursos
políticos, se movimentam num tráfego intenso entre entidades e
empresas públicas e entidades privadas, promovendo
frequentemente em negócios que insultam os cidadãos.
Esta família alargada envolve gente de vários quadrantes
sociais e políticos com uma característica comum, os negócios obscuros
de natureza multifacetada e de escala variável, desde o jeitinho para o emprego
para o amigo até aos negócios de muitos milhões.
Acontece ainda e isto tem efeitos devastadores, que
muitos dos negócios que esta família vai realizando envolve com frequência
dinheiros públicos e com pesados encargos para os contribuintes.
Esta família conta ainda com a cooperação de um sistema
de justiça talhado à sua medida pelo que raramente se assiste a alguma
consequência decorrente dos negócios da família.
Curiosamente, mas sem surpresa, todos os membros desta
família, quando questionados sobre os seus negócios ou envolvimento em
algo, afirmam, invariavelmente que tudo é feito tudo dentro da lei, nada
de incorrecto e, portanto, estão sempre de consciência tranquila.
Alguém poderia explicar a esta gente que, primeiro, não
somos parvos e, segundo, o que quer dizer consciência.
Esta é a pantanosa pátria, nossa amada."
Aguarda-se o próximo episódio desta tenebrosa narrativa, “Os negócios da Família”.
E não se pode exterminá-los?
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