"Aceitam o meu filho autista no campo de férias?"
Um trabalho oportuno do Público, no qual colaborei, aborda uma matéria raramente objecto de referência pública, a oferta de actividades de férias acessíveis a crianças e adolescentes com necessidades especiais.
Na verdade, em tempo de férias abundam as referências à oferta sem fim para actividades de férias destinadas aos mais novos pelo que seria importante e interessante perceber se esta oferta é, ou não, acessível a crianças e adolescentes com necessidades especiais.
O trabalho apresentado e os exemplos envolvendo pais mostram, sem surpresa, que o envolvimento destas crianças neste tipo de actividades é baixo e que as estruturas receptivas à sua presença não são suficientes. Parece-me também claro que esta situação não decorre fundamentalmente de eventuais custos acrescidos mas de uma cultura e visão que importa alterar.
Este cenário é, não podia deixar de ser, coerente com as dificuldades enormes que crianças e jovens com necessidades especiais e as suas famílias sentem para que o seu quotidiano, a sua vida, a diferentes níveis, seja tão próxima quanto possível das outras crianças e adolescentes com as mesmas idades, ou seja, que possam aceder e participar, da forma que conseguem, nas actividades que se julgam importantes para crianças e adolescentes.
Também nas férias e nas actividades próprias das férias há muita estrada para fazer em direcção à participação de todas as crianças.
PS - A propósito deste texto enviaram-me esta informação:
PS - A propósito deste texto enviaram-me esta informação:
"A Câmara Municipal de
Sintra no âmbito do Programa à Descoberta dos Tempos-Livres promove até 30 de agosto, em parceria com as Direções dos Agrupamentos de
Escola, as Associações de Pais e Instituições de Solidariedade Social,
parceiros da Componente de Apoio à Família, uma resposta de ocupação de
tempos-livres, através da oferta de atividades diversificadas, nos
respetivos estabelecimentos de ensino da rede pública.
Através deste Programa
está a ser garantida a integração de cerca de 30 alunos, com necessidades
educativas especiais, que frequentam as unidades de educação especial do
concelho e simultaneamente garantir uma oferta com qualidade e
securizante para as crianças atendidas e suas famílias.
Para a garantia desta resposta especializada, tem sido
essencial a colaboração dos Centros de Recursos para a Inclusão, Centro
de Educação para o Cidadão com Deficiência – CECD e o Centro de Educação e
Reabilitação de Deficientes de todo o País - CERCITOP, através da
disponibilização dos seus técnicos e terapeutas, que promovem o apoio direto
aos alunos, em contexto de programa de verão, acompanhados pelos docentes de
educação especial e assistentes operacionais, que em cada Agrupamento de
Escolas, AE Agualva - Mira-Sintra, AE D. Maria, AE Leal da
Câmara, AE Prof. Agostinho da Silva, AE Queluz Belas e AE Ruy
Belo, asseguram o enquadramento destes alunos."
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