domingo, 21 de dezembro de 2008

O POVO FAZ-SE

De há uns tempos a esta parte, não há discurso do governo sobre questões de economia e desenvolvimento, que não sublinhe a importância da capacidade empreendedora e de inovação da chamada sociedade civil, no sentido de promover desenvolvimento e bem-estar. Numa altura em a situação é particularmente complicada, é usual que, nos mesmos discursos, se acrescente a ideia de transformar dificuldades em janelas de oportunidade.
Certamente inspirados por aquela rapaziada que tem gerido o BPP, a SLN, o BCP, etc. cujo empreendedorismo e inovação ainda não acabou de nos surpreender, três indivíduos de Sta. Maria da Feira, dois donos de oficinas e um vendedor, montaram um esquema simulando acidentes e outros incidentes com automóveis com o objectivo de lesarem as seguradoras, O grupo terá simulado 138 acidentes e o “negócio” terá envolvido cerca de 750 000€. É uma questão de escala, não chegaram ao patamar dos milhões que o outro pessoal atingiu, mas é de notar que se trata de pessoas sem o nível de qualificação dos gestores bancários, eventualmente, até nem terão passado pelo Programa Novas Oportunidade, mas, apesar disso, estamos em presença de um nível de produtividade, de dinamização de um nicho de mercado em crise, peças e manutenção automóvel, bem como de um nível de inovação que me parecem de sublinhar.
Acho que podemos estar optimistas, com boas lideranças e exemplos, o povo faz-se.

1 comentário:

Anónimo disse...

O povo está feito: não recorre aos programas de melhoramento intelectual, vocifera contra o que não pode controlar, mas não mexe um dedo para procurar soluções dentro da sua escala de competências...
Não admira que lhe comam as papas na cabeça!