quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

SEM SOPA, DE CASTIGO

Os miúdos, tal como os graúdos, mantêm a infinita capacidade de nos surpreender, umas vezes positivamente, outras por razões menos interessantes. Esta introdução vem a propósito de uma historinha que uma colega hoje me contou, que me parece deliciosa e ilustrativa do funcionamento de muitas instituições educativas.
Uma menina de sete anos, sua sobrinha, pediu se lhe podia contar um segredo, este segredo. A menina almoça na escola e, não é a única, detesta sopa. Um destes dias, em desespero de causa face à sopa que já estava à sua espera, escondeu-se debaixo da mesa para fugir à difícil tarefa. Um dos adultos que vigiava o almoço, chegou ao pé da menina e de forma zangada decretou, “escondeste-te debaixo da mesa, para castigo não comes sopa”. A miúda ficou, como se calcula, desoladíssima com tal “castigo”, logo ela que “adora” sopa.
Em segredo, pediu à tia para não dizer nada na escola, para que possa continuar a sofrer tal castigo, não come a sopa sempre que vai para debaixo da mesa.