sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ALEGRIA, NEM AO LONGE

Em mais um dia cabaneiro, chuva e frio, aqui no meu Alentejo estava a olhar para o mundo português e ia registando. Cada dia que passa mais se conhece sobre as falcatruas do BPN e começam a descobrir-se ligações nacionais e internacionais que até assustam. Ainda o “sniper” Marinho Pinto, o bastonário dos advogados, que atira para onde está virado, vem, ao atropelo da lei, da seriedade e do bom senso, criticar a medida imposta a Oliveira e Costa, prisão preventiva, para não atrapalhar a recolha de provas, destruindo-as, por exemplo.
Continua sem se perceber a negociata estabelecida para garantir com o nosso dinheiro a sanidade do BPP por perdas em negócio de risco. Tarda a explicação, até o impávido e tranquilo Jorge Sampaio diz que não percebe.
A aplicação em Portugal do Protocolo de Quioto, através do Programa Nacional para as Alterações Climáticas, visando a redução de emissão de CO2 está atrasada, sem meios e sem eficácia. Vejam só o mau ambiente que se vive nas escolas.
As contas relativas à Casa da Música, agora conhecidas, derraparam a pouca coisa de 230%, ou seja, do custo previsto de 34 milhões de euros passaram para o gasto de 111 milhões e um atraso de quatro anos meio. Naturalmente, ninguém é responsável e não vai acontecer nada. Certo, o Portugal dos Pequeninos.
Segundo o presidente da União das Misericórdias, tem aumentado significativamente o número de pessoas que acodem às instituições buscando auxílio e solicitando que lhes seja preservado o anonimato, expressão última da pobreza envergonhada. Pois que se apoie o BPP, porque as fortunas que lhe entregaram o dinheiro para especular em mobiliário e em fundos perderam com a crise, coitados.
Aqui parei, deprimido. No entanto, ainda dei com uma notícia no Público que me deu uma réstia de esperança. Segundo um estudo de Harvard, portanto credível, a alegria é contagiante, mesmo a alguma distância, falam até de 1,5 km. Corri à rua e procurei vislumbrar se nos montes próximos alguém poderia estar contente que eu apanhava boleia. Mas não, dos dois montes que estão dentro da distância necessária, não veio sinal de alegria. Sentei-me a olhar para o lume de chão e acho que vou afogar a tristeza num chocolate quente. Privilégio o meu.

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