quarta-feira, 22 de maio de 2019

DA DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA


A banca nos últimos anos tem sido um pântano de corrupção e negócios manhosos envolvendo a restrita “família” que deste contexto beneficia tendo como certo que quando a coisa corre mal somos nós que “ajudamos” os bancos e não o patético mas “esperto” Berardo.
É em cenários desta natureza que também se gera e alimenta o mal-estar que se vai sentindo por diferentes paragens.
O quadro internacional é assustador, os movimentos populistas, extremistas e xenófobos ganham espaço e capitalizam apoios com a criação de “responsáveis” dessa inquietação e mal-estar. Já conhecemos esta narrativa e os seus efeitos trágicos. A mediocridade das lideranças, a manipulação e desinformação através das redes sociais e da mais despudorada e criminosa campanha de produção de “realidade” a que muita gente adere é mais um poderoso ingrediente.
Julgo que o caminho terá necessariamente de passar pelo recentrar do desenvolvimento no bem-estar das pessoas que liderará o funcionamento das economias e dos mercados abertos. Não podemos aceitar o aumento da concentração da riqueza e das disparidades em escala global ou nacional, a insustentabilidade do ambiente, a exclusão e a pobreza alimentados com os mercados a liderar.  As lideranças económicas, os interesses dos mercados, os modelos políticos de desenvolvimento que se orientam para resultados e mercados e não para pessoas, promovem riqueza sem que a sua distribuição tenha efeitos sérios na desigualdade social. Aliás, é claro que a distribuição da riqueza criada quer em países mais ricos, quer em países mais pobres, mostra justamente que a esmagadora maioria da riqueza criada continua concentrada nas mãos de uma pequena minoria.
Urge um regresso à política no sentido mais robusto e ético do termo, a promoção do bem- estar das pessoas.
Não podemos falhar, o custo será demasiado elevado.

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