sexta-feira, 24 de maio de 2019

A ESPERANÇA SAIU À RUA (2)


A esperança voltou a sair à rua. Tivemos uma segunda greve climática, nome estranho este, que se terá realizado em 50 localidades em Portugal e em mais de 100 países.
Adolescentes e jovens de muitos mundos desta Terra que é única e está fortemente ameaçada vieram para a rua dizer que é preciso parar. Não temos alternativa a esta Terra e é nela que tem de existir futuro para eles.
É importante a posição e esperemos que se torne num movimento robusto de exigência e promoção de mudança e que a mudança não se esgote na questão crítica das alterações climáticas e da sustentabilidade. Acho curioso curioso que boa parte desta gente trouxe a esperança à rua não tem ainda capacidade para votar e com esse voto alterar políticas. Alguns dizem que não têm maturidade para escolhas como o voto. Curioso como a gente madura se tem comportado e arruinado o planeta, ou seja, o futuro dos imaturos que protestam. 
Muitas vezes, quando olho para os meus netos, penso o que estará lá mais para a frente à espera deles. Aquilo que eu e a minha geração fizemos não é particularmente animador e chegámos a pensar que tínhamos tudo nas nossas mãos.
Neste mundo mágico da avozice e em múltiplas conversas com o Simão, quase seis anos de experiência de uma intensidade iluminada, quando ele faz perguntas ou sugere respostas, ideias, planos, actividades sem fim acrescenta com muita frequência, “é não é, avô?”. E o avô, eu, encantado com a responsabilidade do “saber” securizante dos Velhos digo, “É Simão, é assim, tudo bem”.
Um dia destes, provavelmente daqui a algum tempo, talvez me questione, “Avô, eu e o meu irmão vamos ter uma terra bonita para a gente viver. É, não é Avô?”. Terei de lhe responder, “Acho que sim Simão, tu, o teu irmão e todos os miúdos do mundo vão ter uma terra bonita para viver, mas terão ser vocês a cuidar dela e comecem já.”
Não se distraiam gente, terão que ser vocês.

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