A alinhavar algumas ideias para
uma conversa que desejo interessante e útil no programa Sociedade Civil da RTP2
de amanhã.
O tema é sempre actual, a
educação familiar, os desafios da parentalidade na sociedade actual.
Como muitas vezes afirmo tenho a
convicção de que os pais são, de uma forma geral, intuitivamente competentes. Não
simpatizo com discursos generalizadores e definitivos afirmando que “agora as
crianças só se portam mal”, “os pais não educam como deve ser”, etc. Sim, é
verdade que com muitas crianças e famílias se sentem
dificuldades, quer em contexto familiar, quer em contexto escolar, mas não são “todas”
as crianças nem em todas as famílias.
Mais "asneira", menos
"asneira", mais uma "festinha", menos um
"ralhete" ou mais um “incentivo” creio que o caminho se vai cumprindo
sem grandes problemas mas, evidentemente, com os sobressaltos que advêm da
complexidade dos tempos, dos valores, dos estilos de vida, entre outras
variáveis.
Um discurso social excessivo em
torno da "psicologização", da diabolização da educação familiar ou induzindo a ideia de que só indo a uma
"escola de pais" e lendo vários "manuais de instruções"
poderemos ser bons pais, pode ser mais fonte de inquietação que de ajuda.
Parece-me sobretudo importante
que os pais falem entre si sobre as suas experiências, sem receio de que os
julguem maus pais. Importa inda que na relação com os técnicos ligados à
educação as conversas não incidam quase que exclusivamente sobre "se está
bem ou mal na escola", mas que se abordem as questões educativas também no
contexto familiar de forma aberta e serena. Os "manuais de
instruções" não são a solução, são, alguns, apenas mais uma ajuda.
Pais atentos, pais confiantes,
são pais que educam sem especiais problemas. Paradoxalmente, alguns
"manuais" e alguns discursos "científicos" podem aumentar a
insegurança e a ansiedade de alguns pais.
Vamos ver como corre.
PS - Fica o link do Programa https://www.rtp.pt/play/p5300/e404505/sociedade-civil
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