Voltando de novo ao relatório Balancing School Choice and Equity elaborado pela OCDE com base nos dados do PISA de 2015
confirma-se o esperado, Portugal é um dos países em que o ensino privado mais é
frequentado por alunos oriundos de contextos familiares mais favorecidos. A
existência de contratos de associação não parece interferir significativamente
neste quadro pois em 2015 apenas cerca 3% dos estabelecimentos de ensino
privado estavam envolvidos. Algumas notas.
Como referia há dois dias entendo
que a existência de um subsistema de ensino privado é próprio de sociedades
abertas e importante até como forma de pressão reguladora sobre a qualidade da
resposta pública. Por outro lado, nem o ensino privado é garantia de qualidade nem o
ensino público é o inferno. A excelência não é um exclusivo da escola pública
nem do ensino privado e todo o sistema deve ser regulado.
Ainda no mesmo sentido reafirmo:
Só a educação e a rede pública de
qualidade podem promover equidade e igualdade de oportunidades.
Só a educação e a rede pública de
qualidade podem ser verdadeiramente inclusivas e receber TODOS os alunos.
Só a educação e rede pública podem
chegar a todos os territórios educativos e a todas as comunidades.
Só a educação e rede pública de qualidade
promovem mobilidade social em circunstâncias de equidade no acesso.
Para que tal possa ser cumprido a
educação e a rede pública precisam de recursos materiais e recursos humanos
valorizados e competentes.
A política educativa em cada
momento histórico tem a inalienável responsabilidade de garantir que assim seja.
Os custos da educação e da rede pública de qualidade não são despesa, são investimento.
É isso que se exige. Em defesa da
Educação e da Escola Pública. Em nome dos nossos filhos, dos filhos dos nossos
filhos ...
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