sexta-feira, 17 de maio de 2019

ENSINO PRIVADO PARA QUEM?


Voltando de novo ao relatório Balancing School Choice and Equity elaborado pela OCDE com base nos dados do PISA de 2015 confirma-se o esperado, Portugal é um dos países em que o ensino privado mais é frequentado por alunos oriundos de contextos familiares mais favorecidos. A existência de contratos de associação não parece interferir significativamente neste quadro pois em 2015 apenas cerca 3% dos estabelecimentos de ensino privado estavam envolvidos. Algumas notas.
Como referia há dois dias entendo que a existência de um subsistema de ensino privado é próprio de sociedades abertas e importante até como forma de pressão reguladora sobre a qualidade da resposta pública. Por outro lado, nem o ensino privado é garantia de qualidade nem o ensino público é o inferno. A excelência não é um exclusivo da escola pública nem do ensino privado e todo o sistema deve ser regulado.
Ainda no mesmo sentido reafirmo:
Só a educação e a rede pública de qualidade podem promover equidade e igualdade de oportunidades.
Só a educação e a rede pública de qualidade podem ser verdadeiramente inclusivas e receber TODOS os alunos.
Só a educação e rede pública podem chegar a todos os territórios educativos e a todas as comunidades.
Só a educação e rede pública de qualidade promovem mobilidade social em circunstâncias de equidade no acesso.
Para que tal possa ser cumprido a educação e a rede pública precisam de recursos materiais e recursos humanos valorizados e competentes.
A política educativa em cada momento histórico tem a inalienável responsabilidade de garantir que assim seja.
Os custos da educação e da rede pública de qualidade não são despesa, são investimento.
É isso que se exige. Em defesa da Educação e da Escola Pública. Em nome dos nossos filhos, dos filhos dos nossos filhos ...

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