quinta-feira, 23 de novembro de 2017

UMA BOA NOTÍCIA NA EDUCAÇÃO

Num universo tão carecido de boas notícias, a educação, merece registo os dados agora conhecidos sobre o trajecto dos alunos após o secundário.
A Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência montou um dispositivo, Observatório de Trajectos dos Estudantes do Ensino Secundário, de seguimento destes alunos e está a verificar-se um aumento dos que optam por continuar a estudar depois do 12º face aos que entram no mercado de trabalho.
De facto, os dados do ano anterior mostram que 72,5% dos inquiridos continuava a estudar o que significa um aumento de 5,2 % relativamente aos dados de 2014. Saliente-se que este aumento também envolve os alunos dos cursos profissionais.
Como tantas vezes tenho escrito e recentes estudos mais uma vez o comprovam, Portugal é um dos países em que a qualificação superior mais compensa.
A narrativa, como agora se diz, de que "não adianta estudar" não colhe e não tem sustentação sendo, um autêntico tiro no pé de uma sociedade pouco qualificada como a nossa que, efectivamente e contrariamente à tão afirmada quanto errada ideia de que somos um país de doutores, continua, em termos europeus, com uma das mais baixas taxas de qualificação superior em todas as faixas etárias incluindo as mais jovens.
Conseguir níveis de qualificação compensa sempre e é imprescindível. Estudar e conseguir qualificação de nível superior compensa ainda mais.
Portugal não tem gente qualificada a mais, tem é desenvolvimento a menos. Temos também um mercado de trabalho que a cegueira da austeridade e do empobrecimento proletarizou e que não absorve uma parte significativa da mão-de-obra qualificada, sobretudo jovem.
Não podemos acolher a mensagem de que a qualificação não é uma mais-valia. É um tiro no pé.
Ainda bem que os jovens estão compreender isso mesmo embora seja ainda preocupante o número que está na situação de “nem, nem”, nem estudam ou estão em programas de formação, nem trabalham.

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