Num universo tão carecido de boas
notícias, a educação, merece registo os dados agora conhecidos sobre o trajecto
dos alunos após o secundário.
A Direcção-Geral de Estatísticas
de Educação e Ciência montou um dispositivo, Observatório de Trajectos dos Estudantes do Ensino Secundário, de seguimento destes alunos e está a verificar-se um aumento dos que optam
por continuar a estudar depois do 12º face aos que entram no mercado de
trabalho.
De facto, os dados do ano
anterior mostram que 72,5% dos inquiridos continuava a estudar o que significa
um aumento de 5,2 % relativamente aos dados de 2014. Saliente-se que este aumento
também envolve os alunos dos cursos profissionais.
Como tantas vezes tenho escrito e
recentes estudos mais uma vez o comprovam, Portugal é um dos países em que a
qualificação superior mais compensa.
A narrativa, como agora se diz,
de que "não adianta estudar" não colhe e não tem sustentação sendo,
um autêntico tiro no pé de uma sociedade pouco qualificada como a nossa que,
efectivamente e contrariamente à tão afirmada quanto errada ideia de que somos
um país de doutores, continua, em termos europeus, com uma das mais baixas
taxas de qualificação superior em todas as faixas etárias incluindo as mais
jovens.
Conseguir níveis de qualificação
compensa sempre e é imprescindível. Estudar e conseguir qualificação de nível superior
compensa ainda mais.
Portugal não tem gente
qualificada a mais, tem é desenvolvimento a menos. Temos também um mercado de
trabalho que a cegueira da austeridade e do empobrecimento proletarizou e que
não absorve uma parte significativa da mão-de-obra qualificada, sobretudo
jovem.
Não podemos acolher a mensagem de
que a qualificação não é uma mais-valia. É um tiro no pé.
Ainda bem que os jovens estão
compreender isso mesmo embora seja ainda preocupante o número que está na
situação de “nem, nem”, nem estudam ou estão em programas de formação, nem
trabalham.
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