Era uma vez um rapaz chamado Zé
Ninguém. Logo de pequeno percebeu como naquela terra vivia quem era Ninguém. Na
escola raramente se dava por ele, ficava no fundo da sala e passava
despercebido. Muitos vezes os professores passavam as aulas sem falar com ele
que também não se esforçava e pouco a pouco começou, como diziam, a ficar para
trás. Ele que estava sempre atrás ficou ainda mais atrás. A família não
estranhou, nem sequer sabia muito bem o que fazer, os Ninguém sempre assim
tinham sido enquanto tiveram na escola de onde saíram logo que puderam.
Depois da escola o Zé Ninguém
juntou-se a outros Ninguém e entre o nada fazer e a precisão da subsistência
começou a viver entre o biscate indiferenciado, próprio de um Zé Ninguém e
delinquência de ocasião que proporcionava alguns dividendos para além da
adrenalina.
Ao chegar a esta fase da sua vida
o Zé Ninguém ficou frente a duas estradas tendo de escolher qual percorrer.
Uma primeira estrada passaria por
conhecer uma rapariga chamada Alguém por quem se apaixonaria e com construiria
um projecto de vida que o devolveria à escola, lhe proporcionaria um trabalho,
uma família e o transformaria finalmente em Alguém.
A segunda estrada por onde o Zé
Ninguém poderia caminhar levá-lo-ia a progredir na carreira iniciada, o lado
errado da vida, e a um dia ser capaz de realizar o grande feito, aquele que o
transformaria, finalmente, em Alguém.
Não sei qual foi a escolha do Zé
Ninguém. Podeis escolher vós, ele será sempre Alguém … mesmo sendo um Zé Ninguém.
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