De há uns tempos para cá
instalou-se de forma mais generalizada o recurso a “Segundo um estudo …”, “De
acordo com um estudo …”, “Foi divulgado um estudo que …” ou a outras variações
do mesmo tema, para afirmar ideias ou opiniões. A educação não escapa a este
tipo de funcionamento.
Neste espaço faço-o com alguma
frequência, também.
Mais recentemente, importa ir
actualizando, deixámos de referir os estudos e passamos a usar a “evidência”,
ou seja, “Segundo a evidência ...”, “De acordo com a evidência …”, “A evidência
mostra …”, etc.
O que me parece curioso é que se
mantém a tentação de com alguma frequência se construir, interpretar e divulgar
os estudos para mostrar … a evidência desejada.
Na educação, também.
Este “desabafo” não tem a ver evidentemente
com a necessidade e a qualidade da generalidade dos estudos, tenho realizado alguns, orientado muitos e ainda
leio regularmente muitos outros. O desabafo decorre exactamente disto e do que fazemos com os dados.
Recordo um velho professor
pertencente a uma prestigiada universidade francesa que numa aula nos dizia qualquer
coisa como, “o investigador tortura os dados até eles confessarem”.
E, de facto, é curioso analisar
muitos estudos e, sobretudo, a forma como os seus dados são interpretados, por
vezes com leituras opostas.
Quase sempre uma questão de agenda.
Sem comentários:
Enviar um comentário