Boa parte do que a imprensa e muitos opinadores tudólogos têm produzido sobre educação nos últimos dias,
para além da indignação pela falta de seriedade intelectual, (não acredito na
ignorância), tem-me causado alguma tristeza.
A educação e a sua qualidade são
ferramentas essenciais de desenvolvimento. Apesar do que falta fazer e de
situações que não deveriam acontecer, de políticas de sinal errado, alunos e
professores têm evoluído positivamente no seu trabalho e constroem saber, ou seja, constroem
o futuro.
Como diz Ordine no estimulante ”A utilidade do inútil”, “Só o saber pode desafiar uma vez mais as
leis do mercado. Eu posso comungar com os outros os meus conhecimentos sem
empobrecer…. Ensinar é um processo virtuoso que enriquece. Ao mesmo tempo, quem
dá e quem recebe”.
Não, não é um discurso ingénuo ou
romântico, estes anos todos de estrada dão-me alguma lucidez, creio. Os Professores
e Educadores e de uma forma geral quem passou pela escola e não tem preconceitos
ou agendas implícitas reconhece que é verdade.
No entanto, sei também que acontecem
verdadeiros atropelos no quotidiano escolar. Entendo de há muito que um dos
pecados estruturais do sistema é justamente a falta de dispositivos de
regulação o que permite que coexistam na mesma escola a excelência e a mediocridade
sem sobressaltos aparentes.
É assim triste que tantos e tão
manhosamente ataquem quem, na sua esmagadora maioria, lhes leva os filhos ao
futuro e os trouxe ao presente que têm.
Uma comunidade que não valoriza
os seus professores e o seu trabalho é uma comunidade certamente mais pobre e
menos desenvolvida. A Educação, o Conhecimento, a Formação são ferramentas de construção
e distribuição de riqueza. Os professores e os alunos, futuros adultos, são os
obreiros desta empresa. Respeitem-nos!
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