A UNICEF divulgou o seu Relatório “Familiar Face: Violence in the lives of children and adolescents”. O Relatório aborda a violência e abusos dirigidos a crianças e adolescentes nos seus diversos contextos de vida, incluindo a escola e família. Lê-se no sumário:
“All
children have the right to be protected from violence inflicted on them by anyone
in their lives – whether parents, teachers, friends, romantic partners or strangers.
And all forms of violence experienced by children, regardless of the nature or
severity of the act, are harmful. Beyond the unnecessary hurt and pain it
causes, violence undermines children’s sense of self-worth and hinders their
development.
Yet violence against
children is often rationalized as necessary or inevitable. It may be tacitly
accepted due to the familiarity of perpetrators, or minimized as
inconsequential. The memory or reporting of violence may be buried due to shame
or fear of reprisal. Impunity of perpetrators and prolonged exposure may leave
victims believing violence is normal. In such ways, violence is masked, making
it difficult to prevent and end.
A Familiar Face:
Violence in the lives of children and adolescents uses the most current data to
shed light on four specific forms of violence: violent discipline and exposure
to domestic abuse during early childhood; violence at school; violent deaths
among adolescents; and sexual violence in childhood and adolescence.
The statistics reveal
that children experience violence across all stages of childhood, in diverse
settings, and often at the hands of the trusted individuals with whom they
interact on a daily basis.
Ensuring that violence
in all its forms is documented through solid data is a first step towards its
elimination.”
A realidade retratada no Relatório,
incluindo alguns dos dados relativos a Portugal não pode deixar de colocar um
fortíssimo risco no que respeita ao desenvolvimento e ao sucesso educativo
destes miúdos e adolescentes e portanto, à construção de projectos de vida
bem-sucedidos.
Sem estranheza, sempre assim foi,
sempre assim é, as crianças são sempre os mais vulneráveis dos mais vulneráveis
mas, como sempre, apesar dos sobressaltos ao sabor da espuma dos dias e dos
efeitos mediáticos que incluem as lágrimas de crocodilo, a hipocrisia e o
despudor, nada ou muito pouco acontece, sinais de uns tempos que têm coisas
muito feias e a que mesmo as instituições internacionais respondem com pouca eficácia e também alguma hipocrisia cheia de retórica e pouco poder, estão refèns de outros poderes e de outras agendas.
O estudo cuidadoso destes
indicadores no seu conjunto poderia contribuir para definir um sólido e
necessário caderno de encargos em matéria de políticas que envolvam os
problemas das diferentes dimensões da vida dos mais novos.
Se assim fosse, o futuro poderia
ser encarado com mais optimismo. Deveria ser um exigência civilizacional e ética em nome dos nossos filhos, dos filhos dos nossos, filhos, dos ...
As palavras ingénuas de Augusto
Gil em 1909 estão tragicamente actualizadas.
(...)
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!
(...)
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