No final da semana passada
respondi a um convite de um Município para participar numa iniciativa em torno
do sucesso educativo.
Como se sabe e para utilizar um
termo em moda, o insucesso escolar, apesar dos progressos verificados, é
matéria que ainda não foi objecto de reversão satisfatória.
O trabalho foi muito interessante
e realço de forma particular a participação de alunos do básico e do secundário na
discussão, quer de forma presencial, quer através de mensagens gravadas sobre o
que entendem sobre tal questão, sucesso educativo.
De uma forma sintética sublinho
algo que esteve muito presente na generalidade das intervenções de alunos.
Relacionam de forma frequente a
ideia de sucesso educativo com a ideia de futuro, ou seja, do seu ponto de
vista, o futuro passa pelo sucesso que também não entendem ser só ter “boas
notas”.
Exprimem com frequência a
dificuldade de entender porque e para quê estudam algumas das matérias que têm.
Uma aluna dizia “são muitas matérias para uma pessoa só”.
Finalmente sublinham o discurso
de pais e professores que entendem excessivamente centrado no rendimento
escolar. Em muitos depoimentos surgiam expressões, temos que ser felizes, temos
que fazer outras coisas.
Achei interessante e acho que ficámos
todos com um caderno de encargos mais complexo do que já era.
Sim, é positivo que se entenda
como o sucesso educativo é uma estrada para o futuro. Mais difícil é lidar com
o facto de não perceberem o que se lhes pede como contributo para essa estrada.
Teremos de repensar conteúdos (currículos)? Teremos de repensar formas de transmitir
os conteúdos, sublinhando a sua funcionalidade? Teremos de repensar a extensão
e organização dos conteúdos? Em que sentido?
Sim, é positivo que se perceba o
sucesso educativo como uma estrada para o futuro. Mas como compatibilizar o
sucesso e o esforço para o obter que parecem estar ao lado de uma ideia de
felicidade que parece ser percebida para lá da escola e não com a escola?
Será que temos de repensar os
tempos da escola e os conteúdos da escola? E o que é ser feliz? Percebemos que
não é só estudar, mas é o quê?
Aceitam-se ideias. Conversar
sobre estas coisas só nos traz mais dúvidas.
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