Despesa nacional em investigação cai em seis anos consecutivos
O Governo “está a matar a árvore
do desenvolvimento”, afirmou no início de 2015 o Professor Carlos Fiolhais.
Na verdade, está estudada e
reconhecida de há muito a associação fortíssima entre o investimento em
educação e investigação e o desenvolvimento das comunidades, seja por via
directa, qualificação e produção de conhecimento, seja por via indirecta,
condições económicas, qualidade de vida e condições de saúde, por exemplo.
Com o desinvestimento fortíssimo
no ensino superior e investigação e a inviabilização de boa parte dos centros e
estruturas de investigação através de um incompetente e despudorado processo de
avaliação corremos o sério risco de ver ameaçados e destruídos os excelentes
resultados que os centros, laboratórios e unidades de investigação e as
instituições de ensino superior têm vindo a alcançar e que atestam o esforço e
a competência da comunidade científica portuguesa e o trabalho realizado no
âmbito do ensino superior e investigação, traduzidos no reconhecimento
internacional das nossas instituições.
Como em quase tudo é uma questão
de escolhas e prioridades de quem lidera. O problema como referia também o
Professor Sobrinho Simões num entrevista de há algum tempo sobre estas questões
é que "os nossos políticos têm um problema ... alguns não se apercebem do
valor do ensino superior e da investigação".
A negrura crática que caiu sobre
a investigação poderá ter consequências sérias em termos de desenvolvimento
científico e económico para além, evidentemente, do impacto nas carreiras
pessoais assim ameaçadas de milhares de pessoas que investigam, criam
conhecimento, promovem desenvolvimento e que, provavelmente, desistem ou
emigram.
E assim quase se desmantelou uma
política científica que vinha a produzir resultados positivos.
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