A ONU, tal como as instituições de decisão da UE, são tudo menos transparentes, basta ver o papel de Juncker no processo de definição do cargo de Secretário-Geral da ONU.
As manobras de bastidores e a gestão dos interesses dos grndes blocos ou países são determinantes.
A quase certa ascenção de António Guterres a Secretário-Geral da ONU, motivo de satisfação como é evidente, é vista como uma vitória da transparência, um bom desempenho de Guterres nas audições e bons resultados em todas as votações, e uma reacção às manobras de bastidores que lançaram a pouco cristalina (a tentação pelo trocadilho é grande) e tardia aparição de Kristalina Georgieva, apoiada pela Alemanha.
Na votação de hoje, curiosamente a candidata Kristalina Georgieva obteve 8 votos negativos e representa com clareza uma derrota da Chanceler Merkel, mais uma nos últimos tempos.
Em face disto, já vi referências a sinais de mudança na ONU no sentido da transparência.
Não tenho a menor das ilusões. Apesar da satisfação com a provável investidura de António Guterres, o processo assenta na decisão de 15 dos 193 países membros da ONU, os membros do Conselho de Segurança, sendo que os cinco membros permanentes têm direito de veto.
Repito, fico satisfeito com o resultado quase certo, o processo foi mais aberto, sobretudo com as audições, mas, do meu ponto de vista, ainda não foi desta que a transparência na ONU deu o grande salto em frente.
Será que algum dia dará? A sua gestão dos grandes conflitos internacionais e dos interesses em causa não permite um prognóstico positivo para que seja sempre percebida como parte da solução e não parte do problema.
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