quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A ESCOLA FAZ A DIFERENÇA

Em mais um trabalho no âmbito do projecto aQueduto, uma parceria entre o CNE e a Fundação Francisco Manuel dos Santos, com base na análise dos resultados no PISA verificados nos anos de 2000 e 2012 emerge uma melhoria significativa mesmo em escolas integradas em contextos com características sociodemográficas menos favoráveis ao rendimento escolar. Esta relação entre variáveis como estatuto social e económico e qualificação escolar dos pais com o rendimento escolar dos filhos tem ainda um peso mito forte.
No entanto, como este estudo sugere e é conhecido de outros trabalhos e muitas experiências a escola pode fazer a diferença.
Numa altura em que tantas vezes se questiona e responsabiliza a escola é bom saber, nós sabemos, que, apesar de tudo, a escola … ensina e educa.
Muitas vezes penso que nos falta um pouco a “cultura" de valorizar e divulgar o que corre bem. Embora se compreendam algumas razões estamos quase sempre mais direccionados para os muitos problemas e dificuldades sempre presentes no complexo universo da educação.
Na verdade apesar do peso das variáveis referidas, o trabalho na e da escola e dos professores é um factor significativamente explicativo do sucesso dos alunos mais vulneráveis e capaz de contrariar o peso das outras variáveis que estão presentes no contexto de vida desses alunos.
O trabalho na escola envolvendo organização, clima e liderança por exemplo e, finalmente o trabalho em sala de aula em que surge a diferença produzida pelo professor, pelos professores.
Quando abordo estas questões cito com frequência uma afirmação de 2000 do Council for Exceptional Children, "O factor individual mais contributivo para a qualidade da educação é a existência de um professor qualificado e empenhado".
No entanto a existência de professores qualificados e empenhados não depende só de variáveis individuais de cada docente, decorre também de um conjunto de políticas educativas que promovam a qualificação, a motivação e a valorização a diferentes níveis do trabalho dos professores.
De políticas educativas que em termos genéricos e em termos mais particulares como currículos, sistema de organização, recursos humanos docentes, técnico e funcionários, tipologia e efectivo de escolas e turmas, autonomia das escolas são apenas alguns exemplos de como a diferença tem que ser construída também antes de chegar à sala de aula.
E nesta matéria também temos muito trabalho para realizar.

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