Mais uma tragédia envolvendo crianças e armas de fogo. A que hoje é noticiada aconteceu nos Estados Unidos o que não é propriamnte surpresa dada a sua cultura de acesso e direito à posse de armas que não é alheia à sucessão de casos de enorme gravidade que regularmente têm vindo a acontecer.
Na califórnia a polícia abateu um adolescente de 13 anos porque ele não largou uma réplica em plástico de uma arma empunhava. A questão que me parece relevante não se prende com a natureza da intervenção policial que deve ser enquadrada na cultura que referia e no enorme conjunto de casos de adolescentes envolvidos em tragédias com armas. Aliás na véspera, um rapaz de 12 anos tinha morto um professor e ferido dois colegas antes de suicidar.
A questão que me parece central é a necessidade de reflectir muito seriamente nos modelos sociais, económicos, culturais, educativos etc. que estruturam e informam comunidades nas quais emergem estes comportamentos.
Muitos destes casos são relatados noutros países que não o nosso, designadamente nos Estados Unidos, mas também entre nós se vão avolumando episódios de violência extrema envolvendo adolescentes e jovens, ainda não esquecemos o caso do esfaqueamento de vários alunos e de uma funcionária numa escola na periferia de Lisboa.
Não me parece ajustado, portanto, confiar no "país de brandos costumes" e que "essas coisas só acontecem aos outros". O mal-estar que se instalou na vida de muita gente, estou a pensar agora sobretudo em adolescentes e jovens, é a semente da qual germina uma espiral de violência contra si ou contra os outros.
Depois de cada episódio surgem obviamente os discursos sobre punição e segurança ou sobre prevenção e atenção.
A questão é que, basicamente, não passam de discursos.
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