terça-feira, 8 de dezembro de 2009

AVALIAÇÃO DE DOCENTES E DISCRIMINAÇÃO POSITIVA

A OCDE num relatório hoje divulgado pelo DN e que se pode encontrar no seguinte endereço http://www.oecd.org/document/20/0,3343,en_2649_39263231_44111636_1_1_1_1,00.html analisa diferentes sistemas educativos no que respeita ao incentivo e recompensas à qualidade dos professores. O relatório conclui que a existência de incentivos, por exemplo de natureza pecuniária, pode funcionar como promotor da qualidade das práticas e da satisfação profissional dos docentes contribuindo ainda para manter os melhores no sistema. Estas conclusões, que não têm muito de surpreendente nem de inovador, deveriam ser consideradas na discussão aberta em Portugal sobre a avaliação de docentes e sobre o modelo e organização da carreira.
Uma cultura assente na crença, apenas a crença, de que todos os profissionais são excelentes e que, por isso, a todos deve ser proporcionado tudo, é comprovadamente um mau serviço à qualidade, em particular à qualidade dos profissionais que a possuem, a grande maioria. Não cabe aqui discutir qual a natureza dos incentivos, a latitude é enorme, desde aspectos pecuniários, à atribuição de tarefas diferenciadas ou ao reconhecimento público, por exemplo, apenas me parece de sublinhar que a introdução de discriminação positiva com base em modelos adequados de avaliação de desempenho é um bom princípio, defende os bons professores e a qualidade da educação. Insistir que entrar no sistema e cumprir os mínimos é suficiente para todos acederem a tudo, parece-me errado e fomentador de uma cultura corporativa de protecção da mediocridade. Como também me parece evidente, esta opinião não tem nada a ver com o estabelecimento de quotas, apenas com a criação de dispositivos justos, competentes e transparentes de discriminação positiva.

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