sábado, 5 de dezembro de 2009

ADOPÇÃO E INSTITUCIONALIZAÇÃO

Para variar um pouco da atenção ao lodaçal em que a política portuguesa se transformou e ao inferno da crise e das suas consequências, sobretudo ao nível do desemprego que atinge valores dramáticos, existem outros aspectos que justificam alguma reflexão.
O Público refere que por iniciativa da Instituto de Segurança Social e com o apoio da Faculdade de Psicologia e Educação do Porto as pessoas candidatas a processos de adopção vão receber formação que promova a qualidade desses processos. São conhecidas muitas situações de pré-adopção em que as crianças depois de estarem “à experiência” em famílias, regressam às instituições num processo duplamente traumatizante e que deveria ser evitado até ao limite.
No entanto, para além desta iniciativa meritória importava que o Estado não se esquecesse que continuamos com um número excessivo de crianças institucionalizadas, muitas delas sem projectos de vida e com idades que já não são facilitadoras de adopção. Seria fundamental que o próprio Estado assegurasse formação e promoção de procedimentos envolvendo as próprias instituições para que se atenuasse, por um lado, o tempo de institucionalização e, por outro lado, a qualidade das respostas institucionais.

Sem comentários: