Peço desculpa pela usurpação do título da obra de Eduardo Lourenço mas, indo mais longe, ainda cito as palavras iniciais do primeiro texto, “Enquanto dura, o que nós chamamos o caos evoca a ideia não apenas de confusão e desordem dos elementos, mas de incapacidade do espírito para compreender e, ainda menos, dominar um estado de coisas, do mundo, da sociedade, da história, onde não se vislumbra a sombra de uma ordem”.
A observação do que é actualmente a cena política portuguesa faz-me regressar a Eduardo Lourenço. Quando cada vez com mais urgência parece necessário um estabelecimento de um desígnio, de um entendimento mobilizador que congregue esforços e projectos, mais se assiste ao despudorado calculismo decorrente de interesses pessoais ou partidários. Quando parece urgente a elevação de padrões éticos e de transparência na coisa pública, sempre aparece mais um episódio de nível ainda inferior, quando já pensávamos ter batido no fundo. Quando a situação dramática que aflige milhões de nós exigiria que essa situação fosse a prioridade das prioridades, emerge um ruído ensurdecedor sobre questões acessórias.
Como sempre digo, a questão é que não vejo indicadores de mudança.
A observação do que é actualmente a cena política portuguesa faz-me regressar a Eduardo Lourenço. Quando cada vez com mais urgência parece necessário um estabelecimento de um desígnio, de um entendimento mobilizador que congregue esforços e projectos, mais se assiste ao despudorado calculismo decorrente de interesses pessoais ou partidários. Quando parece urgente a elevação de padrões éticos e de transparência na coisa pública, sempre aparece mais um episódio de nível ainda inferior, quando já pensávamos ter batido no fundo. Quando a situação dramática que aflige milhões de nós exigiria que essa situação fosse a prioridade das prioridades, emerge um ruído ensurdecedor sobre questões acessórias.
Como sempre digo, a questão é que não vejo indicadores de mudança.
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