terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ANTIGAMENTE O INVERNO

Está mais um dia cabaneiro aqui no meu Alentejo, chuva ininterrupta, a terra a não receber mais água e muito vento.
Na vila, onde as compras ainda incluem uma conversa com as pessoas das lojas, comentava-se, não podia deixar de ser, a água e a ventaneira. Invariavelmente as pessoas concluíam, que venha, assim vamos tê-la no Verão.
Agora, aqui em frente ao lume e ao ler que se anuncia a possibilidade de cheias nos leitos do Tejo e do Douro lembro-me como esta situação era frequente quando era miúdo. É certo que as barragens contribuem para a regularização dos caudais, mas só mesmo a abundância de chuva é capaz de produzir as cheias. As pessoas do Ribatejo sabem como as cheias eram importantes para a qualidade dos solos e conviviam naturalmente com a subida do Tejo, a cheia normal, por assim dizer. No fundo, é a mesma naturalidade com que as pessoas da Guarda e de Trás-os-Montes não se queixam do frio e afirmam a sua necessidade nas patéticas reportagens que as televisões fazem logo que a temperatura baixa um pouco mais. Como é evidente, também podem ocorrer episódios mais violentos que trazem prejuízos e danos, às vezes pessoais, o que é naturalmente grave.
Em todo o caso, estamos no Inverno. Será que nos desabituámos de viver um Inverno?

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece que sim! Malta, é Inverno! What else?