O português, como língua riquíssima que é, tem um conjunto de expressões, do mais simples ao mais sofisticado, que são muito particulares. Algumas destas expressões são, creio, definidoras de nós portugueses enquanto povo. Uma das que mais gosto é a fórmula “vai-se andando”, com ligeiríssimas variações. Um português que se preze ao ser inquirido sobre o seu estado de alma, ou de qualquer outra dimensão, nunca responde com um assertivo e convicto “bem” ou “mal”. Com aquele jeito entre o fado, a resignação e a paciência, ouve-se “vai-se andando”.
Então a saúde? Vai-se andando e tu? Vou andando.
Tudo bem com o trabalho? Vai-se andando e tu? Vou andando.
E ela, está boa? Vai andando e a tua mulher? Vai andando.
Que achas da desta crise? Temos que ir andando.
Os miúdos? Vão andando e os teus? Vão andando.
Então que achas das cenas da política? Vai andando como de costume, não muda nada.
Ela partiu, acabou-se. E tu? Tenho que ir andando.
Com estes exemplos dá para perceber que nós não nos movemos, vamos andando, não andamos, vamos andando, não amamos nem odiamos, vamos andando, não sofremos nem vibramos, vamos andando.
E o País? Vai andando.
Então a saúde? Vai-se andando e tu? Vou andando.
Tudo bem com o trabalho? Vai-se andando e tu? Vou andando.
E ela, está boa? Vai andando e a tua mulher? Vai andando.
Que achas da desta crise? Temos que ir andando.
Os miúdos? Vão andando e os teus? Vão andando.
Então que achas das cenas da política? Vai andando como de costume, não muda nada.
Ela partiu, acabou-se. E tu? Tenho que ir andando.
Com estes exemplos dá para perceber que nós não nos movemos, vamos andando, não andamos, vamos andando, não amamos nem odiamos, vamos andando, não sofremos nem vibramos, vamos andando.
E o País? Vai andando.
1 comentário:
Vai andando, professor, e de mal a pior...
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