sexta-feira, 17 de abril de 2009

PAÍS SEGURO, OU NEM POR ISSO

Hoje, na apresentação do Relatório de Segurança Interna de 2008 na Assembleia da República, tivemos uma discussão sobre a segurança do país, O Ministro, naquele jeito de quem vive num condomínio e anda de helicóptero pinta o quadro com cores simpáticas, a oposição, com base na opção estratégica de quanto pior melhor, fala do inferno. Tentando perceber em que país vivemos, fomos para a rua saber o que respondem as pessoas à questão “sente-se seguro(a)?”.
O Cajó, mecânico e adepto do shunning (o tunning dos pobres), “Seguro, quem é que se sente seguro? O patrão já me disse que não há guito, pode ter que me mandar embora”.
O Sr. Silva, reformado depois de uma carreira de 58 anos como empregado de balcão, “Olhe, na minha idade, a única coisa segura é a morte”.
O Zeca, adolescente que passa o tempo entre o portão da escola e o centro comercial enquanto aguarda pelas Novas Oportunidades”, “Ya, tou seguro man, o people da street é fixe, tá-se bem”.
O Sr. Francisco, bancário, “Seguro? Eu? nem o dinheiro que está no banco está seguro, não vê o que essa malta anda a fazer, e não acontece nada”.
Encontrámos o Dr. Isaltino a sair do tribunal, “Claro que estou seguro, se não me sentisse seguro não tinha aceite tudo o que os meus amigos me deram”.
A Marlene, uma rapariga daquelas que o Ribau Esteves quer namorar, boa como o milho, “Normalmente sinto-me segura, e quando ando nos transportes públicos muitos cavalheiros também tentam segurar-me”.
Entre duas afirmações brilhantes encontrámos o Génio Pacheco Pereira, “Com toda a franqueza, espero que estas declarações não sejam censuradas, tudo o que está a acontecer eu já tinha previsto e também já tive oportunidade de dizer o que vai acontecer, o resto é propaganda”.
Finalmente, nesta pequena incursão deparámos com o ministro Santos Silva que se preparava para começar a malhar. “Claro que me sinto seguro, seguro de que vamos ter maioria absoluta, seguro de que o Eng. Sócrates é o melhor primeiro-ministro que Portugal já teve, seguro de que, embora raramente, alguém roube uma carteira no metro, não há delinquência no país, alguém que se atreva, malho logo”.
Como podem verificar continuamos sem saber se, de facto, Portugal é um país seguro ou não. Será melhor ouvir de novo o ministro Rui Pereira e o Dr. Portas, o Paulo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nem sabemos se vamos à taça UEFA.

Abraço
A.C.