Era uma vez um Homem, chamavam-lhe Só. A sua vida era, naturalmente, a vida de um Homem Só, raramente falava com alguém a não ser quando era mesmo imprescindível. Conseguiu até arranjar um trabalho que podia realizar em casa, era tradutor, um bom tradutor, quase sempre de ficção. Saía uma vez por dia para as compras da casa, entrava na loja do bairro onde conseguia tudo o que precisava e onde, como sabiam que era um Homem Só, nem lhe faziam muitas perguntas. Não sabiam, assim, que o Homem Só tinha tido um tempo em que era só um Homem e não um Homem Só. Claro que ele nunca iria falar com alguém sobre isso, doía-lhe demais, por isso, era um Homem Só.
Com o tempo, o Só começou a pesar no coração do Homem. Como já não conseguia falar com ninguém e tinha a experiência dos livros, começou, com medo, a escrever um livro seu. Já não traduzia o que alguém escrevera, traduzia o que ele carregava. De início, não foi uma tarefa fácil, mas, de mansinho, começou a gostar da ideia de criar um mundo dele no livro que escrevia, um mundo que todos os dias crescia.
De tal forma se apaixonou, de novo, que criou um personagem para ele e desapareceu no livro, no mundo que criara.
Com o tempo, o Só começou a pesar no coração do Homem. Como já não conseguia falar com ninguém e tinha a experiência dos livros, começou, com medo, a escrever um livro seu. Já não traduzia o que alguém escrevera, traduzia o que ele carregava. De início, não foi uma tarefa fácil, mas, de mansinho, começou a gostar da ideia de criar um mundo dele no livro que escrevia, um mundo que todos os dias crescia.
De tal forma se apaixonou, de novo, que criou um personagem para ele e desapareceu no livro, no mundo que criara.
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