domingo, 7 de dezembro de 2008

VIDA DE CÃO

Nesta tarde de chuva, antes de olhar para algumas coisas do trabalho, estava passar os olhos pelos jornais. O meu cão, o Faísca, cujos pensamentos já aqui tenho divulgado, aproximou-se, sentou-se “à cão” ao pé de mim e ficou a olhar-me. O Faísca é um RP, rafeiro puro, pequeno, com uma paixão compulsiva por comida ou qualquer coisa que cheire … a comida.
Como continuasse a olhar para mim perguntei-lhe, “Cão, como é que achas que esta coisa dos professores e do ME vai acabar?”. O Faísca nem pestanejou e continuou impávido. “E que me dizes a mais esta tragédia com os pescadores?”. O Faísca mudou de posição e continuou a olhar-me tranquilamente. “Faísca, já viste este caso do BPN, cada dia que passa aparecem novas trapalhadas, se calhar ainda nem se sabe tudo”. Aí o Faísca sentou-se nas quatro e manteve o olhar fixo na minha comunicação. Por mim, aproveitando a atenção, continuei. “Cão, também ficaste contente com o prémio ao Arrogante Ronaldo?”. Obtive a indiferença como resposta. Continuando a minha leitura da imprensa, surge-me outra questão que coloquei ao Faísca, “Como é que estás a ver esta crise toda, com os aumentos e o problema do desemprego?”. Quando olhei para o meu companheiro de “monólogo”, tinha poisado a cabeça entre as patas da frente e dormia profundamente.
Vida de cão nem sempre é o que parece.

3 comentários:

Elfrida Matela disse...

Tenho 3 cães: o Kafka, o Eça e o Tofic. Os dois primeiros são um pouco snobs. Fico pensando se a culpa não será dos nomes que lhes demos... Mas todos eles adoram ouvir-me falar: o mesmo olhar atento do Faísca, a mesma vontade de comunicar, o mesmo esforço e, por fim,a mesma forma de se renderem ao cansaço! Não há dúvida que vida de cão é "munto" complicada! Mas há alturas em que, acredite-me, não me importava de me chamar Eça, Kafka ou mesmo Tofic :)

Anónimo disse...

Nem a propósito de Kafka, que escreveu um brilhante livro intitulado " Investigações de Um Cão".

Elfrida, permita-me: eu por vezes, não me importava mesmo de me chamar Faísca,Bobi ou Farrusco!

Abraço

Elfrida Matela disse...

Tem toda a razão! :) Afinal qual a importância de nos chamarmos Eça, Faísca, Farrusco ou mesmo Ernesto? O que interessa é, sem dúvida, a importância que temos para quem nos ama e isso não depende do nome, nem do facto de sermos homem, cão ou outro bicho qualquer.