quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O ACORDO SEMÂNTICO

Há dias, referi-me aqui ao Acordo Ortográfico de cuja justificação ainda ninguém me conseguiu convencer. Hoje, volto às questões da Língua, falada e escrita, mas a outra dimensão, à semântica, o significado das palavras. Não sei se concordarão comigo, creio que ao longo do tempo se tem vindo a abastardar o significado de muitas palavras, criando equívocos, ruído e entrando-se numa espécie de “vale tudo” em matéria da terminologia empregue, muitas vezes abusivamente. Vejamos alguns exemplos sem preocupação de ordem.
Confunde-se teimosia irracional com persistência.
Confunde-se manipulação da realidade com criatividade.
Confunde-se interesse particular com interesse geral.
Confunde-se interesse partidário com interesse nacional.
Confunde-se arrogância com convicção.
Confunde-se inimigo com diferente.
Confunde-se certificação com formação.
Confunde-se parecer com ser
Confunde-se indiferença com reserva.
Confunde-se ataque com crítica.
Confunde-se consumismo com desenvolvimento.
Confunde-se opinião com saber.
Confunde-se leis com valores.
Confunde-se ter com ser.
E mais exemplos existem. Poderemos agora fazer um exercício tentando encontrar situações do nosso quotidiano que ilustrem estes equívocos. Certamente reforçarão a necessidade urgente do estabelecimento de um Acordo Semântico. Para nos entendermos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda uma questão de semântica: quando os nossos políticos falam em governação autista (para dizer surda) e em políticas esquizofrénicas (para dizer sem rei nem roque)! É que não se aguenta! Até parece que estão a brincar com uma coisa séria. Ai a semântica, a semântica...tem as costas bem largas,coitada!

Zé Morgado disse...

Tem toda a razão, não me lembrei dessa, nem de uma também famosa, "uma região deprimida". Também é notável.