Em primeiro lugar, devo sublinhar que manter activas as pessoas em situação de reforma é, nos tempos que correm, uma necessidade do ponto de vista de saúde mental e física e, também, uma necessidade social. Entendo ainda que uma comunidade não pode, não deve, dar-se ao luxo de desperdiçar a experiência e o empenho social dos seniores.
Dito isto, vejamos a ideia do ME de recrutar professores reformados para trabalho voluntário nas escolas. Ao princípio pensei que se tratasse de brincadeira, mas não, parece a sério. Não querendo aceitar que se trate de uma provocação, embora da cabeça do Dr. Lemos já pouca coisa me possa surpreender, duvidando de que se trate de uma ingenuidade infantil, só pode ser mesmo um enorme disparate político misturado com alguma delinquência ética, já habitual. Os professores reformados podem ser extremamente úteis nas suas comunidades, muitos são-no, conheço experiências muito interessantes que provam isso mesmo. Mas voluntariado nas escolas para desempenhar tarefas que cabem às escolas e aos professores no activo, é delinquente do ponto de vista ético, existem milhares de professores no desemprego. Sabe-se também que muitos professores estão a fugir, é o termo, para a reforma, com custos pessoais significativos, por não aguentar o clima instalado nas escolas. Vir agora convidar os professores reformados para trabalho voluntário nas escolas é absolutamente inacreditável. A seguir, provavelmente, o ME irá convidar jovens ainda sem idade para estar no mercado de trabalho para que dêem uma ajuda, voluntária é claro, no tomar conta dos mais novos, numa versão sofisticada da exploração de mão-de-obra infantil. De que mais irá esta gente lembrar-se?
Dito isto, vejamos a ideia do ME de recrutar professores reformados para trabalho voluntário nas escolas. Ao princípio pensei que se tratasse de brincadeira, mas não, parece a sério. Não querendo aceitar que se trate de uma provocação, embora da cabeça do Dr. Lemos já pouca coisa me possa surpreender, duvidando de que se trate de uma ingenuidade infantil, só pode ser mesmo um enorme disparate político misturado com alguma delinquência ética, já habitual. Os professores reformados podem ser extremamente úteis nas suas comunidades, muitos são-no, conheço experiências muito interessantes que provam isso mesmo. Mas voluntariado nas escolas para desempenhar tarefas que cabem às escolas e aos professores no activo, é delinquente do ponto de vista ético, existem milhares de professores no desemprego. Sabe-se também que muitos professores estão a fugir, é o termo, para a reforma, com custos pessoais significativos, por não aguentar o clima instalado nas escolas. Vir agora convidar os professores reformados para trabalho voluntário nas escolas é absolutamente inacreditável. A seguir, provavelmente, o ME irá convidar jovens ainda sem idade para estar no mercado de trabalho para que dêem uma ajuda, voluntária é claro, no tomar conta dos mais novos, numa versão sofisticada da exploração de mão-de-obra infantil. De que mais irá esta gente lembrar-se?
4 comentários:
O objectivo não é certamente combater o desemprego.
Além de poupar uns tostões que podem dar jeito para renovar o parque automóvel do governo, talvez permita a ministra dizer que nos aliviou de algum trabalho, pelo que poderemos passar a ter mais horas de aula por semana e até mais alunos por turma.
22 horas por semana e 29 alunos por turma talvez não seja suficiente para pôr os malandros dos professores a trabalhar.
delinquência? delinquente?...
heis o grande LEMOS.
nem mais!
Não se preocupe, Professor. Quando pensamos que já chegaram ao fundo do poço em matéria de ideias luminosas, os nossos governantes ainda conseguem surpreender-nos com mais um rasgo da sua imaginação delirante. Esperemos pela próxima... Quanto a mim, sei que vou sonhar todos os dias com o momento em que, já reformada, vou poder voltar à escola e, dando provas da minha imensa generosidade, vou poder dedicar-me a entreter os meninos nas O.A.'s, ou a organizar visitas de estudo, ou a ajudar na BE/CRE ou ainda a fazer algum trabalho administrativo que nunca pude fazer enquanto professora no activo...
TIREM-ME DESTE FILME!
Acho a ideia muito feliz. haverá muito professor reformado que certamente não saberá o que fazer no tempo livre que tem á sua disposição. Porque não ir VOLUNTÁRIAMENTE para a sua ex escola, por exemplo, auxiliar no trabalho da biblioteca, libertando os professores mais novos para a sua actividade principal que é ensinar. Poderia enumerar muitas actividades onde seriam uteis e libertaria os professores activos dessas tarefas que muito os sobrecarregam, como o diz o presidente do sindicato
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