segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

JÁ NÃO SEI SE É REVOLTA SE É TRISTEZA

Já perdi a capacidade de me sentir revoltado, o sentimento é mais de tristeza face à incompetência e falta de sentido ético da actual equipa do ME. Já muitas vezes aqui me referi aos problemas da inacreditável e indefensável divisão dos professores em duas categorias, titulares e outros. O ME parece não abdicar desta aberrante posição e argumenta através do SE Adjunto da Educação que ”a manutenção das duas categorias é essencial para a melhoria da escola pública". Eu não consigo entender porquê, acho exactamente o contrário, o que defende a escola pública é uma avaliação competente e rigorosa e um modelo de carreira coeso, transparente, na qual a mobilidade dependa do mérito correctamente avaliado. A divisão assente em critérios completamente surrealistas como as actividades dos últimos sete anos é, simplesmente, disparatada.
Claro que a falta de sentido ético permite insistir e estimular as divisões, dividir para reinar é um truque velho, e no insultuoso cúmulo de oferecer dinheiro a quem se portar bem. Os docentes competentes não precisam de ter cenouras, precisam de se sentir bem tratados e com uma carreira que lhes reconheça o mérito, não um prémio monetário que mercenariza a educação e envergonha, devia envergonhar, quem o propõe.
Mais do que revolta é de facto com muita tristeza que assisto a este indecente espectáculo.

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