A experiência ensina-nos que quando se faz asneira da grossa, dificilmente se arranja uma boa desculpa. Manda o bom senso e a seriedade que a tentativa de arranjar uma boa desculpa não leve a acentuar o erro que se cometeu, ou seja, correr o risco de que a emenda fique ainda pior que o soneto. A justificação da PSP para o lamentável episódio da apreensão do livro em Braga é extraordinária. Uma imagem reproduzida de um quadro com um nu feminino, como capa de um livro sobre arte, excitou de tal maneira as perversas mentes das crianças que num passa palavra libidinoso a publicitavam a outros inocentes, que os pobres pais, aflitos por não conseguirem controlar a libido dos seus rebentos, muitos deles dificilmente controlam alguma coisa quanto mais uma libido aos saltos, chamam a PSP que, ao avaliar o teatro das operações, entendeu estar-se à beira de uma situação de confronto físico, imagino que entre os pais e os miúdos, entre os miúdos e os livreiros, entre os livreiros e os pais, etc. A PSP numa operação de limpeza da cena do crime decide, acabou-se, não há mais livro para ninguém e, assim, acabou com uma situação que poderia ficar incontrolável e degenerar num conflito de enormes proporções. Andou bem, embora com o pequeno lapso de confundir “pornocracia” com “pornografia”, mas que se entende. Quem já andou por cenários de guerra ou conflitos significativos sabe que é difícil manter a calma e a lucidez em situações muito complicadas. Tal como nós, face a episódios deste tipo.
Sem comentários:
Enviar um comentário