Não percebo o alarido levantado pelo convite a Hugo Chavez para participar no Congresso do PS. O convite parece-me perfeitamente justificado e nada surpreendente, antes pelo contrário. Uma das principais razões, compreensível aliás, é a colónia portuguesa na Venezuela. Pela mesma razão e ao que consta, valor da emigração portuguesa, o Presidente Sarkozy também foi convidado tal como o Primeiro-ministro luxemburguês. Segunda razão, a aprendizagem, o PS em época de eleições precisa de afinar os dispositivos de propaganda e de eternização no poder, logo entende-se um convite a um guru destas matérias para a realização de um workshop sobre estas matérias. De fonte bem informada soubemos que o primeiro inscrito foi Santos Silva. Terceira razão, a afinidade política, o que é natural num congresso partidário, lamentavelmente e ao que parece José Eduardo dos Santos não pode vir. Quarta razão, a dimensão estética, o vermelho das camisas de Chavez, que combina com as gravatas de Sócrates e fica lindamente com os tons de rosa desmaiada do Congresso. Finalmente, acho lamentável que se comente de forma deselegante os convites que se fazem ou deixam de se fazer. Somos, devemos ser, completamente livres para convidar quem queremos para nossa casa e Chavez é menos incómodo que Manuel Alegre. E se não fosse o medo da concorrência e os problemas de tradução ainda viriam Mahmoud Ahmadinejad e Kim Jong-il numa perspectiva de abertura, tolerância e espírito internacionalista.
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