quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

UM TIRO NO PÉ

Lamentável. A ideia do Procurador-geral da República de levantar o segredo de justiça no caso Freeport, não por razões técnicas, mas por incapacidade de o prevenir é um autêntico tiro no pé, ou seja, a investigação deveria realizar-se em segredo, quem de direito não consegue (ou não quer) mantê-lo, que fazer? Acaba-se com ele e resolve-se o problema. Claro, mas cria-se mais um degrau na falta de confiança do cidadão no sistema de justiça e investigação.
Se é o próprio Procurador-geral que atira a toalha ao chão e desiste de fazer cumprir o segredo de justiça, todas as habituais fontes das informações sobre processos em averiguação vão sentir-se em roda livre e com perfeito à vontade para este ilícito. Ao fim e ao cabo, não é estranho, toda a gente se sente mais ou menos à vontade para a prática de ilícitos.
Grave e estranho, é ser o Procurador-geral a admiti-lo.
Acho que até seria interessante que as autoridades de investigação organizassem conferências de imprensa diárias, informando sobre os resultados das iniciativas realizadas no dia anterior e anunciassem as iniciativas previstas para esse dia, no âmbito da investigação dos processos mais significativos. Não haveria fugas de informação, tudo seria mais transparente. E menos eficaz, o que, naturamente, muita gente deseja.

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