EDUCAÇÃO A TEMPO INTEIRO, NÃO ESCOLA A TEMPO INTEIRO
Continua o equívoco. Sendo óbvio o problema social sentido pelas famílias no que respeita à guarda das crianças durante o período laboral, este problema não pode ser resolvido recorrendo fundamentalmente ao aumento contínuo da presença dos miúdos nas instalações escolares. O Dr. Albino Almeida vem propor que os miúdos possam estar 12h por dia dentro da escola o que representa sessenta horas por semana. É assombroso. Sabem com certeza que já há creches a funcionarem desde as seis da manhã. No século IX, os operários de Chicago desencadearam um conjunto de greves lutando pela semana de 40h que, aliás, veio a dar origem à comemoração do 1º de Maio, agora o Dr. Albino quer uma semana de sessenta! Ainda o verei defender o prolongamento até às 24h duas vezes por semana para proporcionar umas noites culturais aos pais. É um erro crasso confundir EDUCAÇÃO A TEMPO INTEIRO com ESCOLA A TEMPO INTEIRO. Não adianta a retórica das actividades lúdicas na escola, não funciona pura e simplesmente pela mesma razão que não devo ter actividades não laborais dentro do meu espaço de trabalho, para além de que, frequentemente, de lúdicas não têm nada. É uma questão de saúde mental.
Já várias vezes aqui tenho referido que o caminho que me parece mais indicado para lidar com o problema sério que as famílias sentem com a guardas das crianças deve passar por duas vias.
Primeiro, um empenho político e da chamada sociedade civil na alteração da organização social do trabalho. Existem muitas actividades, em diferentes sectores, que podem ser desempenhadas em horários diferenciados. Esta alteração, que muitos países já iniciaram há algum tempo, permitiria que muitas famílias encontrassem formas de estar mais tempo com os filhos diminuindo o tempo de permanência destes nas escolas.
Em segundo lugar, deve ser estimulada e apoiada a instalação e, ou, utilização de equipamentos e recursos comunitários, por exemplo, pequenos clubes e associações desportivas, sociais e culturais, equipamentos das autarquias, espaços verdes, etc., que com recursos humanos e apoios vindos das escolas, autarquias, das próprias associações, de voluntariado (aqui sim, pode aproveitar-se gente sénior e ocupá-la com utilidade social), para que as crianças e jovens pudessem ter ao longo do dia um leque diferenciado, no espaço e no conteúdo, de ofertas para a ocupação do seu tempo extra-escolar. Mantê-los 12h na escola é um convite à desmotivação, é uma intoxicação com o sério risco de uma overdose fatal.
Naturalmente que o Dr. Lemos estará sensível às propostas do Dr. Albino, e vice-versa. Não há almoços grátis em política. Mas não me digam é que se preocupam com os putos.
Continua o equívoco. Sendo óbvio o problema social sentido pelas famílias no que respeita à guarda das crianças durante o período laboral, este problema não pode ser resolvido recorrendo fundamentalmente ao aumento contínuo da presença dos miúdos nas instalações escolares. O Dr. Albino Almeida vem propor que os miúdos possam estar 12h por dia dentro da escola o que representa sessenta horas por semana. É assombroso. Sabem com certeza que já há creches a funcionarem desde as seis da manhã. No século IX, os operários de Chicago desencadearam um conjunto de greves lutando pela semana de 40h que, aliás, veio a dar origem à comemoração do 1º de Maio, agora o Dr. Albino quer uma semana de sessenta! Ainda o verei defender o prolongamento até às 24h duas vezes por semana para proporcionar umas noites culturais aos pais. É um erro crasso confundir EDUCAÇÃO A TEMPO INTEIRO com ESCOLA A TEMPO INTEIRO. Não adianta a retórica das actividades lúdicas na escola, não funciona pura e simplesmente pela mesma razão que não devo ter actividades não laborais dentro do meu espaço de trabalho, para além de que, frequentemente, de lúdicas não têm nada. É uma questão de saúde mental.
Já várias vezes aqui tenho referido que o caminho que me parece mais indicado para lidar com o problema sério que as famílias sentem com a guardas das crianças deve passar por duas vias.
Primeiro, um empenho político e da chamada sociedade civil na alteração da organização social do trabalho. Existem muitas actividades, em diferentes sectores, que podem ser desempenhadas em horários diferenciados. Esta alteração, que muitos países já iniciaram há algum tempo, permitiria que muitas famílias encontrassem formas de estar mais tempo com os filhos diminuindo o tempo de permanência destes nas escolas.
Em segundo lugar, deve ser estimulada e apoiada a instalação e, ou, utilização de equipamentos e recursos comunitários, por exemplo, pequenos clubes e associações desportivas, sociais e culturais, equipamentos das autarquias, espaços verdes, etc., que com recursos humanos e apoios vindos das escolas, autarquias, das próprias associações, de voluntariado (aqui sim, pode aproveitar-se gente sénior e ocupá-la com utilidade social), para que as crianças e jovens pudessem ter ao longo do dia um leque diferenciado, no espaço e no conteúdo, de ofertas para a ocupação do seu tempo extra-escolar. Mantê-los 12h na escola é um convite à desmotivação, é uma intoxicação com o sério risco de uma overdose fatal.
Naturalmente que o Dr. Lemos estará sensível às propostas do Dr. Albino, e vice-versa. Não há almoços grátis em política. Mas não me digam é que se preocupam com os putos.
3 comentários:
Esse Albino é doutor em quê?
E quem o nomeou? Quando? Representa, em %, quantos pais?
Eu passo. Mas não sou doutor. Sou licenciado e pós graduado. Na Alemanha. Lá há poucos doutores e muito menos arrivistas e oportunistas.
Bom dia, não conhecia. O blogue.
Spartakus.
www.bandeiranegra1.wordpress.com
(Comentário de um artigo do J. Público): "Valter Lemos esteve em Macau em 1984 e 1985. Era governador o Almirante Almeida e Costa, sendo o Secretário-Adjunto da Educação o Dr.Jorge Rangel. Valter Lemos era do CDS , sim, CDS! Fazia parte de uma equipa de assessores que fizeram um trabalho muito mau na Escola do Magistério Primário de Macau. Em resultado disso foi despedido por incompetência!!!"
Companheiro anónimo,
O currículo do Dr. Lemos é conhecido, o problema é que em Portugal a ideia de mérito é uma ideia em vias de extinção
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