Era uma vez um rapaz chamado
Precipitado o que é um nome curioso. O Precipitado começou a sua vida um pouco
mais cedo do que as pessoas esperavam, nasceu uns dias antes das previsões,
pelo que entrou precipitadamente nesta vida. Pode até parecer coincidência ou
destino, para quem acredita, mas o precipitado prosseguiu tal como entrou, a
surpreender toda a gente. Falou quando ainda não se esperava, além de que
falava do que não se esperava.
Começou a pensar antes das
pessoas acharem que estava no tempo de pensar e, sobretudo, a pensar no que
ainda não devia pensar.
A presença do Precipitado na
escola não foi fácil, respondia e agia quase sempre antes, ou seja, precipitadamente, e de uma forma nem
sempre de acordo com o que se esperava. As pessoas achavam, naturalmente, que
lhe tinham posto o nome certo, o Precipitado era mesmo um precipitado.
Precipitadamente saiu da escola
onde não se sentia bem e fez-se à vida, a vida dos mais crescidos é claro.
Saltava de emprego com facilidade e quando as coisas, por vezes, pareciam ir
correr bem, o rapaz precipitava-se e partia para outra.
Nunca construiu uma família
porque quando começava uma relação com alguém, sempre acontecia algo que
precipitava o fim dessa relação.
A forma como viveu a sua vida
nunca permitiu que criasse raízes. Como sabem as raízes são fundamentais para a
sobrevivência e o Precipitado começou a sentir-se cada vez mais descontente e
triste, com um sombra cada vez maior a crescer dentro dele. Um dia, numa última
e inesperada precipitação partiu.
Precipitou-se para fora da vida.
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