No DN está uma peça sobre uma
profissão em desaparecimento, guardas-nocturnos. São referidas as dificuldades,
inexistência de remuneração que é assegurada por particulares e empresas das
zonas “guardadas”, as questões doa acesso e das funções. Um dos entrevistados
afirma “Vigia casas, garagens, lojas, empresas, viaturas e outros equipamentos.
Mas não são raras as noites em que também tem de levantar receituário médico ou
orientar idosos, que encontra a vaguear pelas ruas durante a madrugada.”
Não sei avaliar o impacto da sua
existência mas acredito que pode ter um efeito positivo e óbvio na
segurança e, muito importante, no sentimento de segurança sentido pelo cidadão.
É nesta perspectiva que me lembro
de nos meus tempos de jovem, à volta de cinquenta anos lá para tás no tempo e
com vida nocturna alargada, por assim dizer, quase todas as noites eu e a minha
tribo nos cruzarmos com o guarda-nocturno da zona.
Mantínhamos uma cavaqueira que
nos punha mais próximos e aliviava o tempo e que nos dava a sensação de que na
rua andava alguém que conhecia as pessoas que lá moravam e que zelava por nós.
Algumas pessoas contribuíam com algo mais para o guarda-nocturno e essas tinham
"vigilância privilegiada". O bairro sentia-se mais tranquilo, o Sr.
Silva andava por lá.
Como disse, mais do que saber o
impacto objectivo da presença do guarda-nocturno no abaixamento da delinquência
ou vandalismo, tenho a certeza que as pessoas vão sentir-se mais seguras se
souberem que o Sr. Silva, enquanto dormimos, anda na rua a olhar pela nossa
rua, o nosso mundo.
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