quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

A FESTA DA PARQUE ESCOLAR, OS CONVITES NÃO CHEGARAM PARA TODOS

Ao longo dos últimos anos têm sido regulares as referências ao estado de degradação da Escola Secundária de Camões, uma das mais antigas, emblemáticas e reconhecidas escolas de Lisboa. As condições de trabalho de alunos, professores e funcionários são reconhecidamente de má qualidade não podendo deixar de contaminar o desempenho e bem-estar da comunidade do Camões
Era, é, reconhecido por toda a gente a necessidade de modernização do parque escolar, em algumas situações inaceitavelmente degradado, pelo que o processo desencadeado sob a responsabilidade da Parque Escolar merecia concordância, independentemente da agenda político-partidária que gere os discursos das lideranças políticas.
A verificada derrapagem nas contas de muitas das obras relacionadas, que se não estranha em Portugal, têm sido apenas e lamentavelmente a "rotina" das obras geridas por capitais públicos. No caso particular da recuperação e modernização de edifícios escolares, a avaliação do que foi realizado foi mostrando algo que muitas pessoas que conhecem as escolas tinham como claro, o desajustamento de algumas soluções técnicas, o novo-riquismo saloio de alguns equipamentos e materiais, o custo exorbitante de manutenção que as soluções adoptadas implicam, etc.
Estas opções, a “Festa” como lhe chamou Maria de Lurdes Rodrigues, e a política contabilística da equipa que se seguiu na 5 de Outubro comprometeram o desenvolvimento do programa com consequências muito negativas em várias escolas que ainda continuam em eternas obras com milhares de alunos com aulas em contentores e em edifícios sem qualidade mínima como é ocaso do “velho” Camões..
Sublinho que a recuperação do parque escolar e o equipamento moderno das escolas era, é, uma exigência no sentido de dotar alunos, professores e funcionários de condições de trabalho que sustentem a qualidade que todos desejamos, não é um privilégio que se concede à comunidade educativa.
Sabemos todos que os recursos são finitos. Por isso se torna necessário definir prioridades, gerir bem e combater o desperdício.

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