Quem acompanha este espaço e o
que vou dizendo e escrevendo por aí sabe que me pareceu positiva a não
realização de exames finais com peso na nota para os alunos do 1º ciclo.
Saberá também que que a
realização das provas de aferição cumprem um papel essencial de regulação do próximo
sistema educativo pelo que saudei o seu regresso.
Saberá que também me pareceu
positivo que a avaliação externa envolvesse as áreas das Expressões Físico-motora
e Artísticas por razões que não vou retomar agora.
Saberá finalmente que com muita
regularidade defendo que os processos de mudança devem ser cautelosos, com
calendários e metodologias oportunos e adequados, com a participação o mais alargada
possível dos diferentes actores e com antecipação das implicações e necessidades
criadas pelo próprio processo de mudança.
Vem esta introdução a propósito da
notícia do JN em que se refere a dificuldade de inúmeras escolas na
disponibilização aos alunos do 2º ano dos materiais necessários à realização
das provas de aferição das Expressões Físico-motora e Artísticas que pela
primeira vez irão acontecer. Estarão a ser providenciados de forma apressada
por autarquias e escolas e muitos alunos irão prestar provas com material que
não usaram ou usaram muito pouco.
Assim se corre o risco de
transformar algo de positivo num problema.
Eu sei que não é fácil prever
tudo mas existem situações em que as falhas devem ser mínimas. Poder criar-se um efeito
e uma representação negativa sobre a mudança, alimentam-se as opiniões críticas
face a essa mudança, surgem dificuldades dispensáveis aos alunos e escolas e
finalmente, comprometem-se os próprios resultados fragilizando o entendimento
sobre as provas de aferição.
Depressa e bem não há quem
costuma dizer o povo ma verdade é que não basta fazer as coisas certas, é
preciso fazer certas as coisas.
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