Embora não seja nada de novo, nos
últimos tempos têm trazido inúmeros discursos e enunciados sobre a necessidade
de “repensar a escola”, “reflectir sobre a escola que temos e a escola que
queremos”, definir a “escola do Sé. XXI”, etc. Muitos destes discursos vêm do
interior do universo da educação, da escola e confesso que não me parecem muito interessantes apesar de talvez também neles cair em algumas circunstâncias.
Antes de tentar explicitar deixo claro não esquecer que a escola, tal como qualquer outra instituição é um corpo vivo inscrito numa sociedade também ela em permanente movimento tomando sempre “novas qualidades” como disse Camões. É verdade que as “novas qualidades” nem sempre cumprem o que entendemos por qualidade embora também saibamos que em educação “cada cabeça, sua sentença” e sempre uma cabeça e sentenças iluminadas.
Antes de tentar explicitar deixo claro não esquecer que a escola, tal como qualquer outra instituição é um corpo vivo inscrito numa sociedade também ela em permanente movimento tomando sempre “novas qualidades” como disse Camões. É verdade que as “novas qualidades” nem sempre cumprem o que entendemos por qualidade embora também saibamos que em educação “cada cabeça, sua sentença” e sempre uma cabeça e sentenças iluminadas.
Também entendo que na história
recente sofremos, a escolha do termo é intencional e assumida, dois períodos
com efeitos particularmente marcantes pela negativa em matéria de educação, os
consulados de Maria de Lurdes Rodrigues e de Nuno Crato com decisões e
políticas que tornaram, tornam, mais imperiosa a mudança.
Dito isto e apesar disto, não
creio que relativamente à escola e à educação reclamar constantemente um "mundo novo" ou proclamar visões "novas” que em boa parte das vezes nem sequer parecem tão novas, sejam a melhor forma de desenhar a mudança.
Costumo dizer que uma criança,
qualquer pessoa, só aprende a partir do que sabe, só é mais a partir do que já
é.
Também assim vejo a escola. Muda
a partir do que faz e não do que parece ser novo, muda a partir do que é e não a partir do que não sabemos o que vai ser.
Dir-me-ão que muitas coisas na
escola não estão bem. Sim, eu sei, e frequentemente aqui refiro muitas dessas situações.
Mas também é verdade que todos os
dias se fazem e acontecem muitíssimas coisas boas e positivas nas nossas
escolas independente dos contextos, dos actores, dos recursos ou das políticas.
Não precisamos de “outra” escola,
precisamos de cuidar desta e da gente que nela vive, alunos, todos os alunos,
professores, funcionários, técnicos, direcções, pais, etc.
Precisamos de nos entender sobre esta
escola, os seus recursos e as suas necessidades. Exigir “outra escola” é mais uma forma de recuperar
a ideia de Lampedusa, é preciso que tudo mude para que tudo fique na mesma.
Muito provavelmente, também nesta
matéria, a educação e a escola, fazem sentido as palavras de Mestre Almada na "Invenção
do Dia Claro”, "Nós não somos do
século de inventar palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do
século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas”.
Sem comentários:
Enviar um comentário