terça-feira, 21 de março de 2017

COMO CORRIGIR OS EFEITOS PERVERSOS DA SIMPATIA DE ALGUMAS ESCOLAS?

Em parecer ontem conhecido o Conselho Nacional de Educação levanta sérias dúvidas sobre a proposta elaborada pelo Comissão nomeada pelo Governo no sentido de minimizar os efeitos do procedimento de algumas escolas que inflacionam os resultados da avaliação interna no ensino secundário para beneficiar os seus alunos no processo de acesso ao superior.
Apesar de reconhecer a necessidade de introduzir ajustamentos que procurem corrigir esta reiterada simpatia de algumas escolas que estão identificadas e são maioritariamente estabelecimentos privados o CNE reservas face ao que é proposto e que entende necessitar de “reflexão acrescida”.
Apesar de reconhecer o passo positivo no sentido de minimizar uma prática por demais conhecida e que cria desigualdades e enviesamentos inaceitáveis, defendo de há muito que a questão radica numa aspecto central, a conclusão e certificação de conclusão do ensino secundário e a candidatura ao ensino superior deveriam ser processos separados.
Os exames nacionais destinam-se, conjugados com a avaliação realizada nas escolas, a avaliar e certificar o trabalho escolar produzido pelos alunos do ensino secundário e que, obviamente, está sediado no ensino secundário. Neste cenário caberiam também as outras modalidades que permitem a equivalência ao ensino secundário, como é o caso do ensino artístico especializado ou recorrente em que também se verificam algumas "especificidades", por assim dizer.
Os resultados escolares do ensino secundário deveriam constituir apenas um factor de ponderação a contemplar com outros critérios nos processos de admissão organizados pelas instituições de ensino superior como, aliás, acontece em muitos países.
O acesso ao ensino superior deveria ser um outro processo, da responsabilidade do ensino superior e sob a sua tutela.

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