Não estava a pensar insistir nas
referências à sinistra Prova de Avaliação de Conhecimento e Capacidades para
acesso à carreira de professor mas não resisto depois de ouvir Nuno Crato no
Parlamento.
Confesso que fiquei embaraçado
com a prestação. o Senhor passou nitidamente por momento mau, patético, que
deixou em baixo. Talvez cansaço, uma reacção à onda de frio, uma tentativa de
fazer humor, não sei. Mas que não correu bem, não correu.
Lembrou-se Nuno Crato de comparar
a PACC com o exame de condução. Disse o Senhor Ministro na RTP que um exame de
condução também não avalia tudo pelo que a PACC também não pode avaliar tudo.
Genial.
Existe um pormenor irrelevante,
nos exames de condução, certamente porque estão fora da alçada do MEC, os candidatos
a condutores têm que obrigatoriamente, adivinhem ... isso, conduzir. E
realizam também o exame teórico sobre o famoso "Código".
Mas na visão iluminada de Nuno
Crato e do IAVE é adequado avaliar as capacidades e conhecimentos para se ser
professor sem observar o seu trabalho em sala de aula. Serve uma prova de que avalie, dizem "competências lógicas". Está, logicamente, certo.
A comparação de Nuno Crato entristeceu-me
mais do que me sentir discordar ou indignado. Acho um insulto à inteligência
comum fazer esta comparação, nós não somos parvos Senhor Ministro. Não vale a
pena produzir mais comentários, é a náusea.
Do mesmo nível lembro-me de há
uns anos, também na televisão, o ex-Primeiro-ministro José Sócrates ter
defendido a existência de quotas na avaliação dos professores afirmando que um
exército não pode ter só generais, uma comparação delirante entre carreiras que
nada têm de comum. Um professor tem a função de professor desde o primeiro ano
de trabalho até ao último, um soldado, ou outras patentes, não têm a mesma
função que um general.
Foi um momento Crato. Há dias que
correm mesmo mal.
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