"Mais de um terço dos professores chumbaram na PACC"
Foram conhecidos os resultados da
Sinistra Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades para acesso à
carreira de docente realizada em Dezembro. Recordemos que esta prova foi
realizada por docentes com menos de 5 anos de serviço, muitos com prática
docente avaliada.
Os resultados divulgados pelo
IAVE são curiosos, por assim dizer. Dos 2490 docentes que sofreram a humilhação
de realizar uma insustentável Prova que só a teimosia, a arrogância e incompetência
de Nuno Crato impuseram, 34,3% obtiveram uma classificação inferior a 50%.
Na "composição", a
pontuação média foi de 10.2 (escala de 0-20) e 22.4% não chegou sequer aos 5
pontos, 65,3% dos candidatos cometeu erros. Tal como na primeira edição da
sinistra Prova registaram-se percentagens elevadas de erros ortográficos, 19.9%
com cinco ou mais erros, para além de resultados do mesmo nível em pontuação e
melhor em sintaxe.
Os "chumbados" não
poderão candidatar-se a dar aulas no próximo ano, justamente o que o MEC
pretendia. Contrariamente aos exames de 4º e 6º ano nesta prova não será dada
uma segunda oportunidade para que, depois de um período de explicações e
estudo, os professores ignorantes e preguiçosos e que nem português conseguem
escrever sem erros possam melhorar os resultados.
O Ministro Nuno Crato virá dizer,
tal como o IAVE, claro, que estes resultados mostram como é importante a prova
que avalia capacidades lógicas e o conhecimento do português, dimensões
fundamentais para ser professor. Um modelo de demagogia e oportunismo na defesa
do indefensável.
Se esta sinistra PACC, um
conjunto de charadas e perguntas de interpretação com resposta múltipla e uma
"composição" (250 a 350 palavras) tivesse alguma coisa a ver com a
função de professor, teríamos sérias razões para ficarmos preocupados com estes
resultados e com a preparação dos pessoas que se candidatam a professor alguns
já com anos de experiência. As escolas superiores e as universidades deveriam
sentir-se muito incomodadas com o resultado do seu trabalho.
Acontece que, como qualquer
pessoa minimamente conhecedora destas matérias entende, os conhecimento e as
capacidades para se ser professor não são de todo avaliáveis por um dispositivo
deste tipo. A única forma séria de avaliar as Capacidades e Conhecimentos para
o exercício da função docente é o desempenho em sala de aula. Ponto.
Crato também sabe disso,
evidentemente, mas a manha e a agenda determinam este caminho.
Nuno Crato aproveitou a sua
existência legal, está prevista desde 2007, para num exercício, mais um de, de
desbaste nos professores e candidatos a professores eliminar uns quantos.
Se a realização da sinistra Prova
tem constituído uma página negra da educação em Portugal, os seus resultados
são mais uma cena deste filme de mau gosto e representam uma dupla humilhação.
Crato não será absolvido pela
história, este episódio é mau demais.
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