Com excessiva regularidade, tal
como o Verão é marcado pelos incêndios, o Inverno é marcado pelos acidentes no
mar. Em resultado de mais um grave episódio ainda se está a lidar com ténue
esperança de que cinco pescadores desaparecidos possam ser resgatados com vida,
mas imagino que a esperança seja pouca dado o tempo já passado.
Também sem surpresa, a martirizada
comunidade piscatória das Caxinas volta ser atingida.
A sucessão de episódios com esta
gravidade que ceifa vidas deveria merecer uma atenção muito séria.
Não conheço este universo mas
parece-me muito importante que se pudesse de forma séria tentar perceber a
razão de tantos acidentes graves com os pescadores. De uma forma geral,
merecem uns directos nos jornais televisivos, repetições exaustivas e, por
vezes, despudoradas, da dor familiar e rapidamente passam ao esquecimento até
ao próximo acontecimento.
Tratar-se-á de negligência, de
falta de condições de segurança ou de antiguidade das embarcações ou dos
portos como frequentemente se ouve referir, insuficiência dos dispositivos de
auxílio, de negligência dos próprios pescadores face aos procedimentos e
equipamentos de segurança ou de tudo isto e de mais alguma coisa que nos
possa escapar?
Oiço também falar dos
equipamentos de segurança, ou da falta deles e da exigência dos pescadores de
apoios para a sua aquisição, das tremendas dificuldades das famílias que levam
ao risco em nome da sobrevivência.
Acredito que a situação possa ser
complexa mas creio que seria importante procurar esclarecer e, se possível,
evitar novos episódios trágicos.
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