"Problemas das paragens de autocarro de Lisboa "são tantos que dava para chorar""
E quantas passadeiras para peões
têm os lancis dos passeios rampeados ou rebaixados ajustados à circulação de
pessoas com mobilidade reduzida que recorrem a cadeira de rodas?
E quantas caixas Multibanco são
acessíveis a pessoas na mesma situação?
E quantas passeios estão ocupados
pelos nossos carrinhos, com mobiliário urbano erradamente colocado ou mal
concebido, caso das paragens referido na notícia, degradados, criando
dificuldades enormes a toda a gente e em particular a pessoas com mobilidade
reduzida?
E quantos programas televisivos
disponibilizam Língua Gestual Portuguesa tornando-os acessíveis à população
surda?
E quantas crianças e adolescentes
com necessidades especiais não acedem aos apoios especializados de que
necessitam?
E quantas famílias de crianças
com necessidades especiais não acedem a apoios sociais que lhes permitam
responder às necessidades dos filhos?
E quantas crianças ou jovens com
necessidades especiais vêem negado o direito à educação de qualidade por falta
de recursos técnicos, humanos, incluindo pessoal auxiliar?
E quantos jovens e jovens adultos
com necessidades especiais estão a ser excluídos da participação na vida das
comunidades a que pertencem com o suporte de uma legislação e modelos de
serviços que os destrata?
E ...
Na verdade, apesar do muito que
já caminhámos, as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, bem
como as suas famílias e técnicos sabem, sentem, que a sua vida é uma árdua e
espinhos prova de obstáculos muitos deles inultrapassáveis.
Lamentavelmente, boa parte dessas
dificuldades decorre do que as comunidades e as suas lideranças, políticas por
exemplo, entendem ser os direitos, o bem comum e bem estar das pessoas, de
todas as pessoas.
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