Desta vez na Amadora. Uma menina de 10
anos faleceu em consequência da queda de um 10º andar em circunstâncias ainda
por esclarecer.
O povo costuma dizer que “ao menino e ao
borracho, põe Deus a mão por baixo". Agora não aconteceu, a tragédia
foi definitiva.
Dada a regularidade destes episódios,
algumas notas, de novo.
De acordo com a Associação para a Promoção
da Segurança Infantil, dados de 2013, em dez anos, mais de 100 crianças
morreram e 40 mil foram hospitalizadas devido a quedas, grande parte das quais
em edifícios (varandas ou janelas) e quedas de escadas.
Também as piscinas continuam anualmente a
ser palco de acidentes com enorme gravidade ou fatais.
Continuamos a ser um dos países europeus
em que acontecem maior número de acidentes domésticos com crianças. Nas mais
das vezes verifica-se alguma negligência ou excesso de confiança da nossa parte,
adultos, na vigilância dos miúdos a que se junta a inexperiência e o à vontade
próprios dos mais pequenos.
A dor e a culpa que alguém pode carregar
depois de episódios desta natureza serão, creio, suficientemente fortes para
que deixemos de lado o aspecto da culpabilização que aqui nada acrescenta.
O que me parece importante sublinhar é que
num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção da criança estão
sempre presentes, também se verifica um número altíssimo de acidentes, por
vezes mortais, o que parece paradoxal. Por um lado, protegemos as crianças de
forma e em circunstâncias que, do meu ponto de vista, me parecem excessivas e,
por outro lado, em muitas situações adoptamos atitudes e comportamentos
altamente negligentes e facilitadoras de acidentes que, frequentemente, têm
consequências trágicas.
E não adianta pensar que só acontece aos
outros.
1 comentário:
De facto, nunca é demais alertar para estes perigos.
Contudo, esta menina (que a notícia diz ter 12 anos) poderá ter sucumbido por outras razões não menos dramáticas, não?!
Cliquei no link para ler a notícia toda, por me ter chamado a atenção o título do post, ou seja, a queda de uma menina de 10 anos, idade já pouco comum para quedas acidentais fruto da consciência do perigo que, apesar de tudo, estas crianças já têm, e reparei neste pormenor algo perturbador:
"[...] momentos antes da ocorrência terá havido uma discussão familiar no interior da habitação".
Que se terá passado afinal com a criança de 12 anos?! Terrível, o que quer que tenha sido!
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