Era uma vez um homem que se chamava Só. Na verdade, chamavam-lhe Só, ninguém sabia o seu verdadeiro nome.
É que o Homem estava sempre só, por isso lhe chamarem o Só, mais respeitosamente alguns até o tratavam por Sr. Só.
Embora fosse pessoa de andar na rua a fazer a sua lida e cumprimentar simpaticamente com quem se cruzava nunca se detinha a conversar. às pessoas que se lhe dirigiam a oferecer companhia respondia delicadamente com "Muito obrigado mas tenho a minha gente à espera".
As pessoas estranhavam a resposta pois não se lhe conhecia companhia na casa onde habitava.
Mas o homem Só insistia sempre que tinha de regressar para junto da sua gente. Como seria de esperar face algo que não se entende, este tipo de comportamento fazia com que as pessoas que o conheciam achassem que o homem Só, era um bocado esquisito, ou, até, que pudesse ter algum problema de saúde mental e, por isso, com mais boa vontade ainda tentavam que convivesse um pouco. Tal atitude não teve o menor resultado, o homem Só continuava logo que podia a voltar "para a sua gente".
Na verdade, o homem Só tinha um segredo. Todos os dias escrevia histórias onde se encontrava com sua gente.
Nunca se sentia Só.
1 comentário:
Referindo-se á sua solidão, o poeta disse:
Tudo o que sou, sou sem querer;
Vivo com hipocrisia...
E vou de mal a pior...
Porque o mundo me faz ser
Aquilo que eu não seria
Se o mundo fosse melhor.
António Aleixo
saudações
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