Dados hoje divulgados no DN de um trabalho do Centro de Estudos e Sondagem de Opinião da Universidade Católica, realizado já em Abril mostra, sem surpresa, que os portugueses estão a reconhecer dificuldades crescentes no pagamento de encargos em áreas básicas como habitação, energia, alimentação ou custos com a educação dos filhos e o acompanhamento a idosos.
Como dizia, não é, lamentavelmente, surpresa mas representa sim o avolumar de uma enorme preocupação. Estes indicadores fazem subir seriamente a população em risco de pobreza e de insolvência familiar. As implicações no bem-estar de muitos milhares de famílias pode ser devastador.
A esta quadro acresce um previsível aumento de dificuldades advindas da aplicação das receitas do FMI e FEEF que apesar de designadas "programa de ajuda", de ajuda aos cidadãos terão muito pouco. Aliás, é curioso referir que, segundo o DN, a operação de "ajuda" a Portugal renderá cerca de 520 milhões ao FMI e 1060 milhões aos países europeus. Como se vê a "ajuda" parece ser um, mais um, excelente negócio para essa entidade abstracta chamada "mercados".
As dificuldades crescente das famílias portuguesas poderão nos tempos mais próximos tornar-se algo de insustentável do ponto de vista social com reflexos significativos no nível de coesão social o que pode ter reflexos de gravidade imprevisível.
Vão começar as negociações que definirão os montantes e os contornos de utilização da "ajuda". Gostava de ser optimista e acreditar que entre os critérios a ponderar se coloque a vida das pessoas, o bem-estar das pessoas, e não a protecção dos interesses dos mercados as suas várias expressões sustentados nos discursos e praxis política que também deles se alimenta.
1 comentário:
FMI - FEEF = muitos milhões.
Curiosamente lembrei-me de um episódio que li na biografia do revolucionário Mexicano PANCHO VILLA.
"Quando Pancho estava no norte, mandou imprimir notas de vinte pesos. Fê-las em tal quantidade que os seus homens não as podiam contar.Punham as notas em uma balança e pesavam-nas.
Uma bela dama foi vê-lo e disse: Meu general, o senhor executou o meu marido e deixou-me viúva, sem amparo e com cinco filhos. Acha que é essa a maneira de tornar popular uma revolução?
Pancho voltou-se para um ajudante-de-campo:« Pesa-lhe cinco quilos de notas.» Era um bom maço. Ataram--no com um arame e a mulher saiu com ele. Aproximou-se um tenente, fez a continência e disse: Meu general, nós não fuzilámos o marido daquela mulher. Ele estava bêbado. Metêmo-lo na cadeia. Pancho olhou para o seu tenente e disse: « VÃO E FUZILEM-NO. NÃO PODEMOS DESILUDIR AQUELA POBRE VIÚVA.»
Se no Pancho Villa virmos o FMI-FEEF
Se na viúva virmos o governo português
Não temos dificuldade absolutamente nenhuma em identificar o povo português como o BÊBADO.
saudações
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