Ao longo do processo desencadeado pelo ME de criação de mega agrupamentos, muito vezes referia aqui no Atenta Inquietude a algumas questões que do meu ponto de vista a medida poderia implicar e envolver.
Em termos sintéticos, fui referindo que esta medida para além dos contornos economicistas serviria, por exemplo, a um mais fácil controlo político do sistema através da redução do número de direcções e da manutenção da excessiva centralização do ME com níveis de autonomia insuficientes para estabelecimentos e agrupamentos.
Num momento em que vários sistemas educativos, por exemplo nos EUA, recuam na utilização de escolas muito grandes devido às consequências negativas para o trabalho de alunos, professores e pais, o ME insistindo sentido contrário, procede ao encerramento de escolas e definição de estabelecimentos e agrupamentos enormes, com critérios muitas vezes de natureza administrativa, com a co-existência problemática de miúdos com idades muito diferentes e com recursos humanos insuficientes para uma correcta supervisão.
Neste quadro, a decisão hoje conhecida de suspensão do processo de constituição dos mega agrupamentos será uma boa notícia.
A questão é que tal suspensão pode significar a assumpção da necessidade de repensar a bondade das decisões ou, ao que parece, a intenção de as redefinir à luz da decisões de natureza económica emergentes da discussão dos termos do negócio em curso entre o estado português, o FMI, o FEEF e o BCE.
Se assim for, depois de um tempo em modo "pause" o processo seguirá em piores circunstâncias.
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